domingo, 31 de agosto de 2014

Avenged Sevenfold – Waking the Fallen Resurrected (2014)

Por Rafael Menegueti

Avenged Sevenfold - Waking the Fallen Resurrected
Para se tornarem um dos principais nomes do heavy metal da atualidade, os californianos do Avenged Sevenfold precisaram evoluir seu som como todas as bandas fazem. Antes de serem artistas de uma grande gravadora, o grupo se ergueu com trabalhos que realmente demonstravam o amadurecimento deles. Em “Sounding the Seventh Trumpet” a banda ainda parecia tentar se encontrar em um estilo, uma evolução que viria  a ser notada em “Waking the Fallen”. O segundo disco da banda, lançado em agosto de 2003 pela Hopeless Records, e hoje, 11 anos depois, é relançado em edição comemorativa.

“Waking the Fallen” é um disco que resume bem a transição que a banda buscou em sua sonoridade. No seu primeiro disco a banda usou um metalcore veloz e focado em riffs e solos agressivos e enérgicos. Em seu segundo disco, uma abordagem mais melódica e madura pode ser observada. Ao assinar com a Warner em seguida, e com o lançamento de “City of Evil”, em 2005, ficou claro como a banda planejou essa transição. As composições são bem superiores as do primeiro álbum e em “City of Evil” a banda ficou ainda mais madura musicalmente.

O disco é repleto de momentos em que o peso se mistura a melodias fortes e faixas marcantes. Casos de “Chapter Four”, “Eternal Rest” e “Second Heartbeat”. Outras faixas interessantes ainda mostram andamentos e levadas bem diferentes do que a banda fez em seu primeiro trabalho, como no single “Unholy Confessions” e em “Radiant Eclipse”. O Momento maximo do disco fica por conta de “I Won’t See You Tonight Part 1 & 2”, onde a banda mostra todo seu potencial para criar faixas melódicas e partir rapidamente para uma agressividade característica de seu trabalho. Por isso o disco foi tão elogiado na época de seu lançamento.

Os membros do Avenged Sevenfold na época de Waking the Fallen
Para coroar esse relançamento especial, a banda complementou o pacote com um CD bônus, com versões demo e ao vivo de algumas das faixas. A demo de “Chapter Four” chama a atenção por ser bem diferente da versão conhecida do álbum, tanto na letra quanto em certos momentos da música. As outras demos parecem bem mais próximas do que o ouvinte pode conferir no álbum. As versões ao vivo são um outro atrativo do disco, visto que é raro conseguir material ao vivo do grupo nessa fase para acompanhar.

À época era notório que a banda ainda não tinha a desenvoltura que tem hoje no palco, mas já podemos observar lampejos dela. Na versão de pré-venda ainda estão incluídas as versões ao vivo de “I Won’t See You Tonight”, as duas partes,algo bem curioso uma vez que essas duas ótimas faixas eram bem desconhecidas por muitos em formato ao vivo. Alem disso tudo, ainda há o DVD, com um breve documentário sobre o disco, duas versões de videoclipes para “Unholy Confessions” e um vídeo ao vivo de “Chapter Four”, coroando esse presente da banda aos fãs. Sem duvida algo que qualquer fã do grupo não pode deixar de conferir.

Nota: 9/10

Faixas:

CD1
1- Waking The Fallen
2- Unholy Confessions
3- Chapter Four
4- Remenissions
5- Desecrate Through Reverence
6- Eternal Rest
7- Second Heartbeat
8- Radiant Eclipse
9- I Won’t See You Tonight Part 1
10- I Won’t See You Tonight Part 2
11- Clairvoyant Disease
12- And All Things Will End

CD 2
1- Waking The Fallen: Resurrected
2- Second Heartbeat (Versão Alternativa)
3- Chapter Four (Demo)
4- Remenissions (Demo)
5- I Won’t See You Tonight Part 1 (Demo)
6- I Won’t See You Tonight Part 2 (Demo)
7- Intro/Chapter Four (Ao vivo em Ventura)
8- Desecrate Through Reverence (Ao vivo em Pomona)
9- Eternal Rest (Ao vivo em Pomona)
10- Unholy Confessions (Ao vivo em Ventura)
11- Second Heartbeat (Ao vivo em Ventura)
12- I Won’t See You Tonight Pt. 1 (Ao vivo em Ventura) (Exclusivo para pré-venda na Hopeless Records)
13- I Won’t See You Tonight Pt. 2 (Ao vivo em Ventura) (Exclusivo para pré-venda na Hopeless Records)

DVD
1- Waking The Fallen: Resurrected Documentário
2- Chapter Four (Imagens registradas ao vivo)
3- Unholy Confessions (Clipe)
4- Unholy Confessions (Clipe Original com primeiro corte)


sábado, 30 de agosto de 2014

Rock e religião: casos polêmicos





Por Davi Pascale

Religião sempre foi algo polêmico dentro do rock. No inicio, as igrejas atacavam o gênero declarando ser uma má influência aos jovens. Depois, surgiram os grupos de rock com temáticas religiosas. Alguns muito bacanas, inclusive, como Stryper, Whitecross, Bride, Guardian, Oficina G3... Mas nada causa mais polêmica do que um artista que não pertencia à esse gênero religioso transformar-se em um. Relembraremos agora alguns artistas brasileiros que se dedicaram ao gospel.


      Rodolfo Abrantes



Esse é o mais polêmico de todos. Primeiro porque abandonou o Raimundos no auge do sucesso. Depois, porque foi para um caminho que era totalmente o oposto ao que pregava. Não que o Raimundos pregasse violência, longe disso. O grupo sempre fez um som alegre, pra cima. Mas as temáticas de suas letras eram exatamente o oposto daquilo que a igreja prega. Ou seja: sexo, drogas (no caso deles, maconha mais do que as demais) e rock n roll. Seu novo estilo de vida interrompeu o sucesso de uma das bandas mais interessantes da década de 90, o que é uma pena. Mas longe de querer julgá-lo, boa sorte ao rapaz.


      Catalau



Esse é outro que sofre com ataques, mas em proporção menor. Até porque o Golpe de Estado nunca teve a mesma popularidade que os Raimundos (Embora merecesse. Sério, a banda é sensacional). Os motivos eram basicamente os mesmos de Rodolfo. O cara levava a vida de rockstar ao pé da letra com uma vida regrada à cerveja, mulheres e, ao que dizem, drogas. Pelo menos, quando resolveu se converter, já estava fora da banda há alguns anos. Atualmente o rapaz atua como pastor da Igreja Bola de Neve. O ultimo registro fonográfico que tenho conhecimento foi o álbum Jesus Está Voltando, lançado em 2003 pelo selo Baratos Afins. E, assim como seu primeiro registro solo, dividiu opiniões entre seus antigos admiradores.


      Claudia Lino



Outro nome do rock que atua como pastora na Bola de Neve é a cantora Claudia Lino. Todo mundo que conhece rock brasileiro um pouquinho mais à fundo já ouviu falar dela. Para quem não está associando o nome à pessoa, trata-se da primeira vocalista do grupo Velhas Virgens. Manja a, não menos polêmica, faixa “Abre Essas Pernas”? Pois bem, foi ela quem gravou. Durante muitos anos, a moça provocou a platéia com performances sensuais e palavras de baixo calão. Bom... Não preciso nem dizer que isso não existe mais, né? Quer dizer, para ela, não para o Velhas hehehe


      Baby do Brasil



Outra cantora que chamava a atenção dos rapazes – pelo menos nos primeiros anos de sua carreira – era Baby do Brasil. Na época, ainda com o nome de Baby Consuelo. Com esse nome, fez parte do cultuado (e excelente) grupo Novos Baianos, com quem viveu o estilo hippie como ninguém. Depois, dominou as paradas de sucessos de todo o país, sempre com visuais extravagantes e performances divertidas. Dizem, inclusive, que a historia da letra “Barradas na Disneylandia” é real. Deu o que falar quando se apresentou grávida na (lendária) primeira edição do Rock in Rio. Vocês conseguiriam imaginar uma mulher dessas tornando-se artista gospel? Pois é, eu também não... Bom, pelo menos ela continua com seu jeito maluco beleza.


      Tim Maia



Esse entra mais como uma curiosidade mesmo. Nos anos 70, Tim gravou um álbum duplo intitulado Tim Maia Racional, baseado no livro Universo em Desencanto. Há quem diga que a Cultura Racional é uma religião, há quem diga que não (daí o motivo de colocá-lo como uma curiosidade). O fato é que o cantor mesmo não sabia explicar direito o que era. Dizia que era uma coisa pura. Depois de ver sua carreira e seu dinheiro naufragando, nosso sindico resolveu abandonar o conceito e retomar sua carreira à formula original. Durantes muitos anos, esses discos eram quase impossíveis de serem encontrados. No entanto, esses títulos foram adicionados na coleção de CD´s lançados pela Folha alguns anos atrás. Há quem cultue esses discos. Honestamente falando, acho fracos. Considero seus 4 primeiro álbuns bem superiores, mas daí é questão unicamente de gosto. Escute e tire suas próprias conclusões.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Kid Abelha: 30 Anos Multishow Ao Vivo DVD (2012)



Por Davi Pascale

Kid Abelha em um blog de rock? Pois é... Há quem diga que o trabalho que o grupo de Paula Toller executa é nada mais do que simplesmente pop. Até no extra do DVD há quem dê a entender essa afirmação. Eu, enquanto ouvinte e fã, diria que essa frase é um pouco simplista demais. Consigo perceber grandes influências de Beatles e Jovem Guarda, por exemplo, em vários momentos da carreira deles. E muitos dos meus amigos roqueiros compartilham da minha opinião de que esse grupo é uma das melhores coisas do cenário mainstream brasileiro. Então... Por que não?

Sem contar que esse conceito de pop é totalmente discutível. Hoje, ele é vendido como um rótulo de um segmento musical. No entanto, sou muito mais fã da teoria de que a ideologia pop está relacionada ao sucesso, ao tamanho de seu público. Analisando a partir deste ângulo, U2 é pop, Eric Clapton é pop, Iron Maiden é pop e Kid Abelha, é claro, é pop.

O grupo realmente merece respeito. Durante 30 anos foram massacrados pela crítica musical. Sofreram preconceito de público (podemos citar como exemplo o tratamento que os músicos receberam das pessoas presentes na edição do primeiro Rock In Rio) e até de colegas de profissão (como o comentário infame do músico Ed Motta em Maio de 2011). Paula Toller sempre foi muito lembrada por sua beleza (que continua intacta), mas quase nunca mencionada por sua habilidade enquanto compositora e letrista. Ela e o multi-instrumentista George Israel têm sido os principais responsáveis pelas composições desde a saída do músico Leoni em 1986. George foi mais além e conseguiu emplacar canções suas nas vozes de outros artistas. Entre eles; Cazuza, Frejat, Ney Matogrosso e Moska. Mesmo com todo o preconceito, seguiram adiante, conquistaram um grande público e lotam shows sempre que se reúnem. Pode acreditar... Parece fácil, mas não é.

Das 21 músicas apresentadas, 18 são hits. E o mais legal de tudo, grandes sucessos que estavam esquecidos nas últimas turnês retornaram ao repertório como “Educação Sentimental”, “Todo o Meu Ouro” e “Em Noventa e Dois”.


Grupo entrega show profissional e nostálgico

Os músicos de apoio são ótimos. Destaque para o baterista Adal Fonseca (ex-Engenheiros do Hawaii) que substituiu com competência o excelente Kadu Menezes. Bruno e George sempre foram músicos acima da média (embora poucos sejam capazes de perceberem isso). Paula sempre dividiu opinião. Eu, particularmente, fiquei muito satisfeito com sua performance. Marcelinho da Lua e Ivo Meirelles são as participações especiais. Mas, calma, elas não comprometem o espetáculo.

Paula Toller, George Israel e Bruno Fortunato continuam com sua postura de sempre. Apresentam-se alegres, com uma postura descontraída, como se estivesse participando de um ensaio ou tocando em algum baile de formatura. O espetáculo conta com uma ótima produção de palco. Simples, porém bonito e impactante. O show é dividido em 3 atos: canções pop/rock, baladas e músicas mais festivas. Algumas faixas sofreram alterações no arranjo. Entre estas, destaca-se a citação de “Louras Geladas” (RPM) dentro da balada “Garotos”, dando um ar meio sacana à canção. O concerto é extremamente profissional e deve calar a boca de muitos que os criticam gratuitamente por aí... Minha queixa fica por conta do documentário no extra. O filme é muito curto e apenas uma parte de sua trajetória é explicada. E, mesmo assim, alguns temas são passados meio que por cima como o incidente do Rock In Rio e a saída de Leoni.

As músicas do Kid Abelha já estão em nosso inconsciente. Mesmo aquela faixa que você não ouve há anos, você automaticamente começa a se lembrar da letra logo que começa a ser executada. Poucos artistas conseguiram isso. E acredito que pouquíssimos irão surgir em um futuro próximo com esse talento. Pena que o retorno tenha durado tão pouco. Espero que voltem à ativa em breve com material inédito. O cenário pop/rock brasileiro anda muito pobre. O grupo faz falta...

Nota: 09/10
Status: Nostálgico

Faixas:
No Seu Lugar
Nada Tanto Assim
Educação Sentimental II
Por Que Eu Não Desisto de Você?
Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda
Dizer Não é Dizer Sim
Todo Meu Ouro
Amanhã é 23
Em Noventa e Dois
Garotos
Grand Hotel
Nada Sei
Seu Espião
Tudo de Nós
Lágrimas e Chuva
Eu Tive Um Sonho
Alice (Não Me Escreva Aquela Carta de Amor)
Fixação
Te Amo Pra Sempre
Caso de Verão
Como Eu Quero
Pintura Íntima

Extra:
Documentário

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Música Comentada: Delain - We Are the Others

Por Rafael Menegueti


Hoje eu escolhi mostrar uma música que fala de uma historia triste que envolveu um crime brutal. Em 2007, a adolescente inglesa Sophie Lancaster e seu namorado foram espancados por um grupo de cinco jovens em Lancashire. Sophie acabou em coma, e morreu treze dias depois. O motivo de tamanha brutalidade: Sophie e o namorado eram góticos.

O crime gerou uma enorme repercussão, e iniciou uma discussão sobre a intolerância que grupos praticavam contra tribos de jovens pela Europa. Foi criada até uma fundação em nome da garota para combater esses crimes de ódio. E o Delain dedicou seu Álbum “We Are the Others” a ela. A música título do disco fala justamente sobre esse fato. A banda escolheu usar a letra para demonstrar que tambem está na luta contra o preconceito, e que ninguém deve discriminar alguém por ser diferente. Se você se considera diferente, ou que não se encaixa na sociedade, deve saber que não é o único, existem outros que também passam por isso. Daí a idéia de “We Are the Others”.

I'm walking with Sophie tonight,
She lives in the air that I breathe;
I can't get it out of my mind
How you were left to bleed...
Was it how you dress?
Or how you act?
I can't believe
How they could act so violently,
Without regret,
We will not forget...
Eu estou andando com Sophie, esta noite,
Ela vive no ar que eu respiro;
Eu não posso tirá-la da minha mente
Como você foi deixada para sangrar ...
Foi como você se veste?
Ou como você age?
Eu não posso acreditar
Como eles poderiam agir de forma tão violenta,
Sem arrependimento,
Não vamos esquecer ...

We are the others,
We are the cast outs,
We're the outsiders
But you can't hide us,
We are the others,
We are the cast outs
You're no longer on your own
If you feel mistreated,
Torn and cheated,
You're not alone,
We are the others
Nós somos os outros,
Nós somos os excluídos,
Nós somos os marginais
Mas você não pode esconder-nos,
Nós somos os outros,
Nós somos os excluidos
Você não está mais em seu si próprio
Se você se sente maltratado,
Despedaçado e enganado
Você não está sozinho,
Nós somos os outros

As simple as air in your lungs,
As simple as words on your lips,
And no one should take that away,
No one should have killed this
Now with our heads up high,
We'll carry on,
And carry out,
And we won't let them get us down,
Wear us out,
'Cause we are not alone...
Tão simples como o ar em seus pulmões,
Tão simples como palavras em seus lábios,
E ninguém pode remover isso
Ninguém deveria ter matado isto
Agora com nossas cabeças pra cima,
Seguiremos em frente,
E realizar,
E não iremos deixá-los nos colocar pra baixo,
Nos despir,
Porque não estamos sozinhos ...

Normal is not the norm,
It's just the uniform...
(We are the others)
Forget about the norms,
(We're the outsiders)
Take off your uniform,
(We are the others)
We are beautiful,
(We are the others)
Normal não é o padrão,
É apenas o uniforme ...
(Nós somos os outros)
Esqueça as regras,
(Nós somos os estranhos)
Tire seu uniforme,
(Nós somos os outros)
Nós somos bonitos,

(Nós somos os outros)


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

California Breed: California Breed (2014)





Por Davi Pascale

Existem artistas que raramente decepcionam. Glenn Hughes é um deles. Em sua vasta discografia, que me orgulho de ter quase que completa, foram poucas às vezes onde ele ficou à dever. E não foi por falta de ousadia. O cara já gravou funk, soul, blues, heavy, som acústico, som elétrico... Esse novo trio, tem o ex-baixista do Deep Purple à frente do projeto que se completa com Jason Bonham (filho do lendário baterista do Led Zeppelin) e o jovem guitarrista Andrew Watt. Juntos, fizeram um dos melhores discos de rock dos últimos tempos. Sem exageros...

California Breed nasce do fim do Black Country Communion. Na época, completavam o time o (excelente) músico Joe Bonamassa e o tecladista Derek Sherinian (ex-tecladista do Dream Theater). O fim do supergrupo se ocasionou, principalmente, por Bonamassa não querer abandonar sua bem-sucedida carreira-solo para ficar exclusivamente com a banda. Sendo assim, acredito que não seja aquelas reuniões de fazer um álbum para se divertir e depois cada um tocar sua vida. Para não terem mais esse problema, optaram por convidar um novo talento, um garoto de apenas 22 anos.

Hughes não poderia estar mais confortável. Sem Bonamassa para dividir os vocais, e mais do que acostumado com o formato power trio (algo que ele já faz desde os tempos de Trapeze), o cara canta com alma, rasgando a voz diversas vezes e trazendo de volta seus famosos gritos. Bonham também se destaca no álbum com excelentes levadas e Andrew se mostra extremamente suficiente trazendo excelentes riffs e bonitos solos. A galera gosta de ficar diminuindo o garoto comparando-o ao ex-guitarrista, mas sem dúvidas o menino tem talento, e muito!

Trio nasceu do final do Black Country Communion

As músicas que iniciam o debut – “The Way” e “Sweet Tea” – foram escolhidas como faixas de trabalho. Quem não conhece a banda, pode buscar os vídeos no You Tube. As duas faixas são espetaculares, são a cara dos músicos, mas não sei se usaria a primeira como música de trabalho. No decorrer do disco, tem canções com passagens mais memoráveis, como “Spit You Out” ou a balada “All Falls Down”, que seriam melhores assimiladas por aqueles que estão tendo sem primeiro contato com os músicos agora. Por mais que Glenn seja uma figura lendária e Jason seja mais do que conhecido no meio, quando se joga um vídeo no Youtube, estará sendo visto tanto pelo velho fã de rock quanto pelo garoto que está começando a pesquisar o gênero agora.

Justamente por não terem tecladista, as guitarras acabaram ganhando ainda mais destaque, mais volume. Os destaques de Andrew ficam por conta do riff zeppeliano de “Invisible” e o funkeado de “Midnight Oil”. Os músicos optaram por gravar o disco tocando ao vivo no estúdio, como se fazia nos velhos tempos. O resultado disso é uma sonoridade cativante. Glenn Hughes é um dos poucos vocalistas que já passaram dos 60 anos e ainda está com o gogó intacto. Isso fica em nítido em “The Grey”, “Scars” e na (ótima) faixa bônus dessa deluxe edition, “Solo”. Sem dúvidas, um final mais interessante do que a edição standard que fecha com “Breathe”, uma das poucas que não me empolgaram. Ótima pedida não apenas para aqueles que já curtiam o Black Country Communion, mas também para os que curtem rock n roll pesado, direto, sem muitas modernidades.

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Empolgante

Faixas:
      01)   The Way
      02)   Sweet Tea
      03)   Chemical Rain
      04)   Midnight Oil
      05)   All Falls Down
      06)   The Gray
      07)   Days They Come
      08)   Spit You Out
      09)   Strong
      10)   Invisible
      11)   Scars
      12)   Breathe
      13)   Solo (Bonus)

DVD (somente na edição deluxe):
      01)   The Making of California Breed
      02)   The Way Video
      03)   Sweet Tea Video