sexta-feira, 18 de abril de 2014

Discografia comentada – Tristania

Por Rafael Menegueti

Considerada uma das principais bandas do cenário do metal gótico, o Tristania já está na estrada a mais de 15 anos. Mesmo passando por inúmeras mudanças de formação, e também no estilo de sua música, eles continuam sendo adorados por fãs do gênero no mundo inteiro. Confira agora uma breve descrição da discografia dessa banda norueguesa.

Widow’s Weeds (1998)


O primeiro lançamento da banda mostra a sonoridade mais obscura dentre todos. À época, a banda era liderada por Morten Veland, que dividia os vocais com Vibeke Stene. Influencias e elementos de estilos como o black metal, o doom metal, o death metal e música clássica deram uma atmosfera extremamente melancólica e pesada ao disco. As guitarras de Morten e Anders H. Hidle formaram uma ótima combinação com riffs arrastados e melódicos. A turnê do álbum renderia um VHS (mais tarde relançado em DVD) com trechos de uma das apresentações, chamado “Widow’s Tour”.

A formação original do grupo
Beyond The Veil (1999)


Esse é considerado uma das obras primas do metal gótico. Tudo que você possa imaginar que seja sinônimo desse estilo está presente nesse álbum. O disco é bem mais atmosférico do que o primeiro. Mais agressivo e pesado, com letras inspiradas em mitologia grega. Os corais também ganharam um lugar de destaque nesse disco, assim como a mistura entre os vocais limpos, guturais e líricos. Morten Veland deixaria o grupo após esse trabalho, para fundar o Sirenia, e o Tristania passaria por varias mudanças dali pra frente.

World of Glass (2001)


Após a saída de Morten Veland, o processo criativo do grupo ficou por conta apenas do tecladista Einar Moen e do guitarrista/vocalista Anders Hidle. “World of Glass” reúne os mesmos elementos do disco anterior, mas com uma leve diversidade. Um pouco menos melódico, o disco trouxe o vocalista do Trail of Tears, Ronny Thorsen, nos vocais guturais principais, e apresentou Østen Bergøy nos vocais limpos. O segundo viria a ser efetivado na banda logo após, embora já participasse em estúdio desde a estréia.

Ashes (2005)


Capa alternativa
Particularmente, meu álbum favorito da banda. Aqui podemos demarcar um divisor de águas na sonoridade do grupo. Ficam definitivamente pra trás as influencias sonoras criadas por Morten Veland, como o doom metal, e um estilo mais progressivo, alternativo e complexo ganha espaço. Neste álbum, a banda conta com Kjetil Ingebrethsen nos guturais, e esse seria seu único trabalho com o grupo.

A banda na fase do disco "Ashes"

Illumination (2007)


A sonoridade da banda continuava mudando. Vorph aparece como vocalista convidado nos guturais. Com arranjos bem mais progressivos e mais ênfase nos vocais limpos, Illumination não agradou muito aos fãs mais antigos. A banda já nem lembrava mais aquela do começo dos anos 2000. No entanto, eu considero Illumination um bom trabalho. Mas a banda passaria por novas mudanças dali pra frente. Esse seria o ultimo álbum de três membros fundadores do grupo: o baterista Kenneth Olsson, o baixista Rune Østerhus e a vocalista Vibeke Stene. Essa última seria a que mais afetaria o rumo musical da banda.

Rubicon (2010)


A banda estava quase totalmente reformulada ao lançarem “Rubicon”. Apenas o guitarrista Anders e Einar Moen (apenas em estúdio) da formação original. Tarald Lie Jr. (bateria), Ole Vistnes (baixo), Gyri Losnegaard (guitarra) entraram, assim como os novos vocalistas Kjetil Nordhus e a italiana Mariangela Demurtas. E foi exatamente nos vocais que o novo disco falhou. “Rubicon” é, sem dúvidas, o trabalho mais fraco do grupo. Confuso e com vocais estranhos, o álbum não agradou em nada. Ele não é 100% ruim, algumas músicas são até interessantes, mas como um todo, o disco não empolga. A sobreposição dos vocais nas músicas deixou alguns trechos confusos e até irritantes. Mari Demurtas foi mais prejudicada pela produção, pois ela não é uma vocalista ruim. O mesmo pode se dizer de Kjetil, que tem um timbre parecido com o de Østen Bergøy (que fez aparição especial no álbum).

The Darkest White (2013)



A falha em Rubicon foi apenas um acidente de percurso. É o que eu posso concluir com “The Darkest White”, mais recente lançamento da banda. Dessa vez a banda volta a ter aquela sonoridade que misturava elementos progressivos, melodias fortes e uma agressividade mais coesa. Ainda não é o Tristania de antigamente, mas é bem superior ao de 2010. Mari Demurtas e Kjetil agora parecem bem melhor entrosados, e os vocais ficaram excelentes, fazendo jus ao talento de ambos. O disco tem arranjos mais simples, sem rodeios e enrolações. Todas as letras foram escritas pelo baterista Tarald Lie Jr. E definitivamente a banda volta a fazer um disco forte e inspirado.

A atual formação do Tristania