sexta-feira, 25 de abril de 2014

O conceito por trás da música: Kamelot – Sacrimony (Angel of Afterlife)

Por Rafael Menegueti

Aproveito agora para iniciar uma nova modalidade entre os posts do blog. Vou explicar o conceito e a idéia por trás de músicas que considero que contém uma mensagem interessante, uma historia ou uma letra impactante. Para começar, separei uma faixa do álbum mais recente do Kamelot, “Silverthorn”. A música é “Sacrimony (Angel of Afterlife).

Kamelot
Quando fiz a resenha do álbum, há alguns meses, mencionei que se trata de um álbum com uma historia. Fala de uma família abastada do século XIX, que passa por uma tragédia. A filha mais nova, Jolee, sofre um acidente e morre após cair da varanda de sua casa (como pode-se ver no clipe da música). O acidente foi causado por um de seus irmãos, que esbarrou nela enquanto empinava uma pipa. Na canção, o irmão se confronta com a dor e a culpa pelo ocorrido, e se depara com o espírito da irmã, que se transformou em seu anjo da guarda.

A passing life each day a carving on the wall
It’s like a night without awakening
The truth is lost and maybe never to be found
Like the shadows of my pantomime

Uma vida que passa, a cada dia um risco na parede
É como uma noite sem despertar
A verdade está perdida e talvez nunca será encontrada
Como as sombras da minha pantomima

Na primeira estrofe, o lamento de estar preso, como em um pesadelo. Todos o acusam pelo ocorrido, mas ele sabe que não foi por querer. E assim, sua infância foi perdida. A pantomima seria sua tentativa frustrada de se defender, como uma criança que não pode se expressar.

When all the world is gathered for the final feast
Will there be someone to believe in me?
The voices echoing in my distorted mind
Is this for real or just a dream?
(Am I losing my mind? I am not afraid, my dear)

Quando o mundo inteiro se reune para o último festejo
Haverá alguém para acreditar em mim?
Vozes ecoam dentro da minha mente distorcida
Isto é real ou apenas um sonho?
(Estou perdendo a cabeça? Eu não tenho medo,minha querida)

Sing for me angel of afterlife calming me down
Chaos inside my nebula
And may the wrong turn to right in a celestial light
Forgive my sacrimony

Cante para mim, anjo da pós-vida, para me acalmar
Caos em minha nebulosa
E então o errado poderá virar correto, em uma luz celestial
Perdoe meu ritual de sacrifício

Ele busca conforto no espírito da irmã, o anjo da pós-vida. Pede para que ela o ajude a mudar o seu destino (errado virar correto), e pede perdão pelo ocorrido.

Tell me what they say that I’m supposed to know
Tell me every little detail
Make truth appear to me as distant memories
Like pictures on a silver screen

Me diga o que eles dizem que eu deveria saber
Me conte os mínimos detalhes
Faça a verdade aparecer para mim como memórias distantes
Como figuras em uma tela prateada

Após esse pedido, Jolee se manifesta (na voz de Elize Ryd):

It all becomes clear
The truth will appear
Forever a debt for you and me

Tudo fica claro
A verdade aparecerá
Para sempre uma divída para você e eu

O refrão se repete e, no momento mais sombrio da canção, a voz gutural (feita por Alissa White-Gluz) mostra o momento de maior desespero de sua consciência.


And now leave me alone
Erase my memory
Don’t want to hear, don’t want to see
Don’t want to think about the lie that follows me

E agora me deixe em paz
Apague minha memória
Não quero ouvir, não quero ver
Não quero pensar sobre a mentira que me segue

Então ele encontra as respostas que procura, e elas são o próprio espírito de sua irmã, agora um anjo.

Ele (Tommy Karevik):
All becomes clear
But no one will hear my testimony

Tudo fica claro
Mas ninguem ouvirá meu testemunho

Jolee (Elize Ryd):
I am your angel of afterlife calming you down
Silence inside your nebula
And when the wrong turns to right in a celestial light
I’ll be your testimony
Eu sou seu anjo do pós-vida, te acalmando
Silencio em sua nebulosa
E quando o errado virar certo, em uma luz celestial
EU serei seu testemunho


A partir dali, ele se sente pronto para lutar pelos seus direitos, e por justiça, ou vingança. E assim o disco seguiria, mostrando sua luta.