quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Steel Panther – All You Can Eat (2014)




Por Davi Pascale

E eis que o Steel Panther chega ao seu terceiro álbum. Contrariando todas as expectativas, o grupo vem em  uma crescente, mesmo apostando em uma sonoridade que não está mais em evidência. O bom humor dos rapazes parece ter conquistado uma nova geração de roqueiros.

Steel Panther não é um grupo sério. É uma sátira. Os músicos apostam em letras humorísticas e usam nome fictícios. A ideia é parecida com a do Massacration. A diferença é que enquanto o grupo de Detonator faz uma sátira de metal em geral, a banda de L.A. foca na cena que foi tão popular em sua cidade (e no resto do mundo) nos anos 80, o hair metal.

Na década de 80 tivemos vários movimentos fortes. A cena pop popularizando nomes como Madonna, Cyndi Lauper e Prince. A cena metal lançando diversos grupos que hoje são ícones como Metallica, Slayer e Megadeth. O pós-punk do Echo & The Bunnymen, o gótico do Sisters of Mercy e, é claro, o famoso hair metal que nada mais era do que bandas de hard rock que utilizavam visual extravagante e contavam com refrões pegajosos. Bandas populares na época? Inúmeras! Poison, Firehouse, Dokken, Warrant...

Grupo trabalha com sátira à cena hair metal
Os músicos mantiveram também o visual da época. Os cabelos volumosos, as roupas coloridas, shows coreografados. Outra diferença em relação ao grupo formado pelos humoristas da MTV, é que os garotos de L.A. são músicos profissionais e alguns deles já tiveram envolvimento com nomes conhecidos. Satchel é na verdade Russ Parish, músico de estúdio que já chegou a excursionar ao lado de Paul Gilbert (Mr. Big). Michael Starr é o codinome de Ralph Saenz, conhecido por interpretar David Lee Roth no Atomic Punk (banda cover do Van Halen) e por sua participação no grupo L.A. Guns (um dos grupos que fizeram parte da cena oitentista) com quem gravou o (ótimo) Ep Wasted.

Não é raro escutarmos o rapaz dando os gritinhos de Diamond Dave durante o álbum. “Gangbang At The Old Folks Home” bebe na fonte do Van Halen em termos de arranjo. Tirando o refrão alegrinho, o resto da música poderia ser parte de alguma canção do grupo Eddie Van Halen. Tanto a linha vocal dos versos quanto o trabalho de guitarra nos remetem ao grupo. Em “The Burden of Being Beautiful” nos levam direto ao Def Leppard fase Hysteria.

As letras têm um ponto em comum com o movimento da época. Tratam, na maior parte do tempo, sobre farrear com garotas. A diferença é que aqui as letras são totalmente escrachadas. Desde “Gloryhole”, onde descreve uma “experiência” em uma boate da França onde recebia sexo oral com alguém que estava do outro lado da parede, sem se preocupar sobre quem estava realizando a tarefa, até a já citada “Gangbang At The Oldfolks”, onde narra uma entrega de pizza onde o pagamento foi uma experiência sexual com senhoras da terceira idade. Como já notaram, quem quiser se divertir com o disco, terá que deixar os pudores de lado e encarar tudo isso como uma grande piada, uma grande diversão. Até porque é disso que se trata mesmo...

Nota: 8,5 / 10,0
Status: Hilário

Faixas:
      01)   Pussywhipped
      02)   Party Like Tomorrow Is The End Of The World
      03)   Gloryhole
      04)   Bukkake Tears
      05)   Gangbang At The Old Folks Home
      06)   Ten Strikes You´re Out
      07)   The Burden Of Being Wonderfuk
      08)   Fuckin´ My Heart In The Ass
      09)   B.V.S.
      10)   You´re Beautiful When You Don´t Talk
      11)   If I Was The King
      12)   She´s On The Rag