quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Accept – Blind Rage CD+DVD (2014):





Por Davi Pascale

Accept mantém boa fase em seu terceiro álbum com o vocalista Mark Tornillo. Contando, mais uma vez, com a produção de Andy Sneap, lançam um álbum típico e devem agradar seus velhos fãs.

Quando anunciaram que seu cantor Udo Dirkschneider estava fora da banda, e que iriam continuar sem ele, muitos começaram a duvidar do futuro do Accept. Eu fui um deles. Não que achasse que tudo girasse em torno do Udo. Sem duvidas, sua voz é uma marca registrada dentro da sonoridade do grupo, mas não dá para desmerecer os outros rapazes. Em especial, o guitarrista Wolf Hoffmann, puta músico. O problema é que seus fãs sempre demonstraram uma grande devoção ao rapaz. E o álbum que tinham gravado sem ele (Eat The Heat) não tinha vendido absolutamente nada e sempre foi meio que ignorado, tanto entre os admiradores quanto entre os críticos. Parecia que iam tomar na cabeça novamente. Bem... Estávamos errados. O grupo voltou revigorado e lançando grandes álbuns. Blood of Nations trazia o Accept em seu melhor momento desde Objection Overruled.

Entretanto, em um ponto o ex-cantor ainda ganha de goleada. Se por um lado Mark canta em um estilo similar (principalmente quando se lança nas notas mais altas), de outro não tem o mesmo carisma. E isso é evidente no DVD que acompanha o lançamento. O material é uma (belíssima) apresentação no Chile em 2013. Com um repertório matador, durante 2 horas mesclam clássicos com canções de sua nova fase. Os músicos estão incrivelmente bem entrosados, a qualidade de imagem e som é fantástica. Entretanto Mark, apesar de mandar bem no gogó, tem visual de caminhoneiro e presença de palco zero.

Accept se encontra em ótima fase criativa

E quanto ao novo material? O disco traz o Accept de sempre. Com baterias, na maior parte do tempo, simples, ótimos riffs de guitarra e vocais gritados, entregam o que os fãs esperam deles. O CD conta com uma sonoridade old-school. Não apresenta modernidades, efeitos malucos. Andy Sneap, que vem trabalhando com os músicos desde que retornaram à ativa com Mark, soube captar bem a essência do grupo.

“Stampede” abre o álbum com uma introdução alegrinha, antes de entrar pra valer em uma sonoridade mais agressiva. “Dark Side Of My Heart” já aposta na fórmula clássica da banda. Com um riff no melhor estilo “Up To The Limit”, baixo pulsante e bateria à la AC/DC. “Trail of Tears” traz uma construção similar à do clássico “Breaker”. As letras são repletas de inconformismo com a situação atual do mundo. “I Wanna Be Free” é uma mensagem de esperança diante de uma realidade violenta. “200 Years” fala sobre os danos causados por guerras e tecnologias. Parte da ótica, que por trás dos avanços, há muito retrocesso. “The Curse” sobre a idéia de viver entre o certo e o errado. De ter que agir muitas vezes de acordo com a situação, e não com seus ideais.

Blind Rage é um disco forte tanto em termos de arranjo, quanto em termos de letra. Se você não se identifica com esse metal mais moderno e sente falta daquele heavy mais tradicional que se fazia nos anos 80, esse álbum é pra você!

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Fiel às origens

Faixas:

CD:
01)  Stampede 
02)  Dying Breed 
03)  Dark Side Of My Heart 
04)  Fall Of The Empire 
05)  Trail of Tears 
06)  Wanna Be Free 
07)  200 Years 
08)  Bloodbath Mastermind 
09)  From The Ashes We Rise 
10)  The Curse 
11)  Final Journey

DVD:
01)  Intro 
02)  Hung, Drawn and Quartered 
03)  Hellfire 
04)  Restless and Wild 
05)  Losers and Winners 
06)  Stalingrad 
07)  Breaker 
08)  Bucketfull of Hate 
09)  Monsterman 
10)  Shadow Soldiers 
11)  Amamos La Vida 
12)  Guitar Solo Wolf 
13)  Neon Nights 
14)  Bulletproof 
15)  Aiming High 
16)  Princess of the Dawn 
17)  Up To The Limit 
18)  No Shelter 
19)  Pandemic 
20)  Fast as a Shark 
21)  Metal Heart 
22)  Teutonic Terror 
23)  Balls to the Wall