terça-feira, 31 de março de 2015

Notícias do Rock (pra não ficar por fora)

Por Rafael Menegueti

Chris Adler confirmado como baterista em novo álbum do Megadeth

Os boatos acabaram se confirmando, e Chris Adler do Lamb of God de fato tocará bateria no novo álbum do Megadeth. A banda, no entanto, deu a entender em seu comunicado que a parceria será apenas no estúdio, e que Adler não será o novo baterista definitivo da banda. A outra metade do boato que circulava, dizendo que Kiko Loureiro seria o novo guitarrista da banda, porem, acabou não se confirmando, e o Megadeth deve gravar o disco apenas como um trio, com Dave Mustaine gravando todas as guitarras.

Leaves’ Eyes e Atrocity tocam no Brasil em maio

Os membros do Leaves' Eyes
Depois de uma longa espera de seus fãs, finalmente as bandas Leaves’ Eyes e Atrocity confirmaram mais uma turnê juntas no Brasil. As bandas, que tiveram de cancelar a sua ultima turnê agendada por aqui, farão turnê pela América Latina no próximo mês. Ambas sempre excursionam juntas por serem lideradas por Alexander Krull. O Leaves’ Eyes tem a vocalista Liv Kristine, esposa de Alexander, como destaque, enquanto Alexander é o vocalista na Atrocity. No Brasil, as bandas se apresentam em Curitiba no dia 28 de maio e em São Paulo no dia 30 de maio, shows que irão encerrar a turnê sulamericana.

Unleash the Archers anuncia detalhes do novo álbum

Os canadenses, que fazem uma mistura de power e death metal, assinaram recentemente com a gravadora Napalm Records e lançarão o seu terceiro disco, o primeiro não independente, em junho. “Time Stands Still” chega as lojas no dia 26 de junho, e terá a seguinte capa e tracklist:


1. Northern Passage (Intro)
2. Frozen Steel
3. Hail Of The Tide
4. Tonight We Ride
5. Test Your Metal
6. Crypt
7. No More Heroes
8. Dreamcrusher
9. Going Down Fighting
10. Time Stands Still
11. Tonight We Ride (Video Edit)

Esperado álbum de estreia do Frantic Amber será lançado em abril

Frantic Amber
A banda de death melódico, formada na suécia por quatro mulheres e um homem na bateria (sendo eles de quatro nacionalidades diferentes: suecos, uma dinamarquesa, uma japonesa e um colombiano), lançará seu aguardado full-lenght de estreia no próximo dia 15. A banda já havia lançado alguns singles e um EP antes, inclusive o próprio disco citado teve uma tiragem limitada lançada no país natal da banda em setembro, mas agora finalmente ele chegará as mão dos fãs de outros lugares do mundo. “Burning Insight” possuirá as seguintes faixas:


1. Intro
2. Burning Insight
3. Bleeding Sanity
4. Soar
5. Drained
6. Awakening
7. Entwined
8. Wrath of Judgement
9. Unbreakable
10. Destruction
11. Ghost


segunda-feira, 30 de março de 2015

Autoramas & BNegão – Auto Boogie (2013):



Por Davi Pascale

Parceria realizada em grande festival originou a gravação de EP. Misturando faixa inédita e releituras, os músicos entregaram um trabalho criativo e competente. Lançado no formato vinil 10”, o projeto acabou passando batido por grande parte do público.

Já faz um tempo que o festival Rock In Rio vem apostando em parcerias. Desde a criação do Palco Sunset que temos visto misturas inusitadas no palco. Às vezes, o resultado é interessante como a parceria de Nando Reis com Samuel Rosa ou do Sepultura com Tambours Du Bronx. Às vezes, é desastrosa como o show extremamente mal ensaiado do Angra com a Tarja Turunen ou do fraquérrimo Republica com o ótimo Dr. Sin (sim, o trio paulista mandou muito bem, como de costume, mas os dois juntos no palco só serviu para demonstrar o quão caquético era o outro grupo). Por que estou comentando isso em uma resenha do Autoramas?

Porque a parceria originou-se daí. Os músicos resolveram estender a parceria que fizeram no festival para o disco. E ficou bem legal! Lembro que, na época, o show deles não havia me chamado tanto a atenção. Embora goste muito dos dois artistas, tinha ficado um pouco decepcionado com o trabalho vocal. Principalmente, do BNegão. Gosto do trabalho do músico. Mas, se por um lado, o cara esbanja energia e domina a galera com facilidade, de outro, fica quase impossível entender o que canta ao vivo. Nos discos, contudo, sempre soube trabalhar legal sua voz. Os dois trabalhos que realizou ao lado do Seletores de Frequência são bem bacanas.

Para quem não está por dentro do trabalho dos grupos. Autoramas surge no Rio de Janeiro em 1997 marcando a união do ex-Planet Hemp, Bacalhau, com o ex-Little Quail And The Mad Birds, Gabriel Thomaz.  O som aposta em uma mistura de new wave, punk, surf music e garage. O trio sempre foi mais profissional do que o Little Quail, que era mais escrachadão. B-Negão & Os Seletores da Frequência aposta em uma mistura de soul com hip hop. Tive o primeiro contato com o tal projeto, do também ex-Planet, pelo CD encartado na extinta revista OutraCoisa. Auto Boogie marca o último registro do Autoramas como trio. A última notícia que seus fãs receberam foi que a banda havia se transformado em um quarteto e estava preparando um novo disco, através do crowdfunding. Da formação original, apenas Gabriel segue adiante.  

Projeto nasceu no Rock In Rio

Nesse projeto especial, apenas 4 músicas. 1 inédita e 3 covers. Os rapazes aproveitaram o formato vinil para fazer a divisão das canções. Talvez os ouvintes mais novos, que começaram a ouvir música através do CD ou do MP3, não saibam. Boa parte dos artistas escolhia a sequência das faixas pela lógica Lado A, Lado B. Isso poderia ocorrer de diferentes maneiras. Faixas longas de um lado, curtas de outra. Faixas mais comerciais de um lado, menos comerciais de outro. E por aí vai. Aqui, ocorre a divisão. Faixas com BNegão à frente no Lado A, faixas com Autoramas à frente no Lado B.

Contando com a produção de Roberto Frejat (líder do Barão Vermelho), o disco captou com maestria o que há de melhor em cada artista. A malandragem do BNegão com o rrrrrrock esperto dos Autoramas. A ótima faixa inédita “O Giro” mostra bem essa mistura. “Kiss” ganhou uma roupagem totalmente diferente. A clássica canção do Prince ganhou um ar mais rock n´ roll. Com guitarra levemente distorcida, mais acelerada e sem os históricos falsetes do multi-instrumentista norte-americano. Versão interessantíssima.

O Lado B inicia com “Walk On The Wildside” de Lou Reed, tendo a baixista Flavia Couri assumindo os vocais. Nunca fui muito com a cara do Lou Reed, mas para quem curte ficou bacaninha. Está muito bem tocada. Com arranjo mais próximo da original, inovaram ao misturar a letra da canção original com a letra de “Enxugando o Gelo” do grupo Seletores de Frequência. A última música não é exatamente um cover. Trata-se de uma releitura de uma velha canção do Little Quail. A musica perdeu um pouco da sujeira do arranjo original, mas ficou bem divertida.

Auto-Boogie passou um pouco batido pelo público, o que é realmente uma pena. Os músicos fizeram um trabalho redondo com arranjos inteligentes e bem executados. Vale a pena correr atrás.

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Divertido e bem produzido

Faixas:
      01)   O Giro
      02)   Kiss
      03)   Walking On The Wildside
      04)   1,2,3,4

domingo, 29 de março de 2015

Nightwish – Endless Forms Most Beautiful (2015)

Por Rafael Menegueti

Nightwish - Endless Forms Most Beautiful
Foi um longa espera. Os fãs de Nightwish conviveram com longos meses de ansiedade pelo lançamento de “Endless Forms Most Beautiful”, e eram inúmeros os motivos que fizeram a ansiedade aumentar. O mistério em torno das canções, quando a banda simplesmente não mostrou nada, nem uma nota sequer, enquanto apareciam em trailers falando sobre a criação e produção do novo álbum. A expectativa de saber como seria o primeiro registro de inéditas com Floor Jansen, e também com Troy Donockley, novo integrante da banda que incorporou instrumentos de sopro à sua sonoridade. O anuncio de uma música de 24 minutos, a mais longa da carreira da banda. E a participação improvável do escritor e biólogo Richard Dawkins. E então o álbum foi lançado. E dividiu opiniões.

Não sei ao certo o que pode ter provocado tamanho contraste na reação dos fãs ao receberem o novo disco, mas talvez uma explicação simples possa ser que a própria ansiedade criada em torno do disco, provocado pelo mistério em torno dele, fez com que se criasse uma expectativa muito acima do que o disco deveria ter recebido. O vazamento do single “Élan” ajudou para criar um clima não muito positivo para o que viria. Enquanto alguns fãs receberam o novo álbum com certa decepção, outros consideraram um trabalho digno da banda.

Uma coisa eu digo, “Endless Forms Most Beautiful” não é o melhor álbum da banda, mas está muito longe de ser o desastre que alguns fãs decepcionados apontam. O disco segue a linha dos trabalhos mais recentes da banda, como uma continuação da evolução que o Nightwish vinha promovendo em sua música. Alias, evolução é justamente um dos temas centrais do disco.

Segundo o tecladista e compositor da banda, Tuomas Holopainen, o disco é inspirado na obra de Charles Darwin, “A Origem das Especies”, tendo inclusive o nome sido tirado de uma passagem do mesmo. Segundo o compositor, o disco trata da beleza da vida, da existência e da evolução, sendo o conceito do álbum um tributo à ciência e ao poder da razão. A obra “O Maior Espetaculo da Terra: O Poder da Evolução”, de Richard Dawkins (que contribuiu com algumas narrações no disco), serviu de inspiração principalmente para a faixa que encerra o disco, “The Greatest Show On Earth”, a já citada canção mais longa da banda.

A sonoridade do disco remete muito ao que a banda apresentou em seus dois trabalhos anteriores. Muita melodia, arranjos feitos com instrumentos não comuns no metal, como flautas, gaitas e percussão, mas com a mesma pegada característica da banda. “Shudder Before the Beautiful” é uma faixa com a energia característica das que costumam abrir os discos da banda. Guitarra agressiva, levada empolgante e um refrão contagiante, ela é precedida por uma rápida narração de Richard Dawkins. A canção seguinte, “Weak Fantasy”, é uma das melhores do disco, agitada e com vocais potentes de Floor e Marco Hietala. Em seguida vem o single “Élan”, que divide os fãs. Embora ele possa parecer muito limpa e suave, a faixa aparece como um respiro no disco, dando um toque de melodia e beleza antes do que viria a seguir.

Os membros do Nightwish
“Yours Is An Empty Hope” compete com “Weak Fantasy” para ser a mais pesada do disco. Riff de guitarra potente, vocais com personalidade de Floor, que chega a mandar guturais no refrão, e boa participação do baterista Kai Hahto, que substitui Jukka Nevalainen no disco. Já “Our Decades In The Sun” é uma balada com uso de corais e belos arranjos sinfônicos e de violão. “My Walden” é uma faixa onde começa a se destacar a figura de Troy Donockley na banda, com vocais e suas flautas. A faixa título vem em seguida com mais peso e um refrão bem destacado.

A faixa “Edema Ruh” tem um andamento mais calmo, mas com um pouco mais de peso do que “Élan” por exemplo, além de um solo de guitarra interessante. “Alpenglow” tem uma pegada característica da banda, mas não empolga tanto quanto as demais do disco. O disco vai chegando ao final com a instrumental “The Eyes of Sharbat Gula”, totalmente orquestral e com uso de corais.

E enfim, a faixa que encerra o disco é “The Greatest Show on Earth”, uma canção grandiosa, que se inicia com um piano e vai crescendo junto com a orquestração e a voz de Floor durante alguns minutos. Mais da narração de Richard Dawkins surgem antes da canção ganhar nova cara com a entrada de Floor meio como declamando a letra e a guitarra de Emppu Vuorinen. A canção logo vai progredindo, ganha energia, arranjos com backing vocals de corais, até ganhar um novo andamento, com o ritmo da bateria aliado as vozes antes de uma sequencia de sons de animais selvagens misturados a alguns toques de orquestração interromper a canção. Logo, a guitarra volta com peso e a voz de Marco Hietala.

E isso é só a primeira metade da faixa. É curioso que mesmo assim, a canção não cansa. Ela ganha vida nova depois disso, os vocais trazem empolgação, uma verdadeira evolução dentro da música. Por volta dos 16 minutos, a canção para totalmente, entra de novo o piano e arranjos orquestrais leves, seguido em seguida pela bateria e baixo ditando um ritmo cadenciado, lento, para mais narração de Dawkins. Mais orquestração, que vai diminuindo, sons de mar, mais narração. A canção já acabou, agora o que resta são sons da natureza e de animais, até que com 24 minutos o ciclo se encerra. Encerra um bom disco, com ótimas canções, com a cara atual do Nightwish.

Um trabalho bem produzido, com uma proposta interessante e com belos arranjos de metal sinfônico. Floor Jansen também não decepciona em sua estreia em um álbum de estúdio da banda. Mesmo que ela não tenha mostrado toda a potencia de sua voz no disco, o fato é que ela não precisa, a música do Nightwish não pede isso. Sua participação é exatamente da forma que as canções pedem, harmoniosa e com personalidade nos momentos certos. “Endless Forms Most Beautiful” não é como os grandes álbuns clássicos da banda finlandesa. Ele é único e diferente, mas ainda belo, e faz jus a historia da banda.


Nota: 8/10
Status: Espetacular

Faixas:
01. Shudder Before The Beautiful
02. Weak Fantasy
03. Élan
04. Yours Is An Empty Hope
05. Our Decades In the Sun
06. My Walden
07. Endless Forms Most Beautiful
08. Edema Ruh
09. Alpenglow
10. The Eyes Of Sharbat Gula
11. The Greatest Show On Earth

sábado, 28 de março de 2015

The Wonders: That Thing You Do (1996)



Por Davi Pascale

Em 1996, uma canção com uma batida típica dos anos 60 invadiu as FMs de todo o mundo. Não se tratava da tal ‘nova salvação do rock’, onde toda semana os críticos elegiam uma. E, sim, da trilha sonora de um filme. A canção que dava titulo ao longa, transformava em realidade a ficção.  Escrito, dirigido e com atuação de Tom Hanks, a película fez um sucesso inesperado. Confere aí...

A história retratada não é assim tão incomum. Do That Thing You Do retrata a história de um grupo que chegou com tudo, arrebentou a boca do balão. Porém, apenas com uma música. O famoso ‘one hit wonder’. Nossa geração viu vários desses por aí. De 4 Non Blondes à New Radicals. De The Knack à Lou Bega. A lista é longa... E nos anos 60 a história não era muito diferente. Richard Harris, The Honeycombs, The Easybeats são apenas alguns dos inúmeros nomes que estouraram com uma canção e sumiram de vista.

O ano era 1964. Ano da Beatlemania. A história aconteceu por acaso. Uma banda formada por amigos, batizada de One Ders, participaria de um show de calouros apresentando uma balada escrita pelo cantor, o egocêntrico Jimmy. Quando estavam perto da data da apresentação, seu baterista, Chad quebrou o braço. Para não cancelarem, recrutaram Guy Patterson, um músico aficcionado por jazz que trabalhava na loja de seus pais. Contrariando o gosto do cantor, Guy transforma a musica em um rock com pegada beatnick e os rapazes vencem a premiação.

Contrariando à tudo e à todos, os garotos começam a criar fama. Conseguem um empresário, gravam um disquinho. Pouco tempo depois, caem nas mãos de Mr. White que os oferece um acordo para serem parte do cultuado selo Playtone. Do dia para a noite, tornam-se ídolos. Shows começam a ter histeria, a música vai para o topo das paradas, começam a dividir o palco com seus ídolos. O nome que vinha causando confusão é ajustado. De The One Ders para The Wonders. Não demora muito e tudo começa a ruir. O sucesso sobe na cabeça dos rapazes. O grupo vai se afastando, até que, pouco tempo depois, se separam.

Filme narra história de grupo one hit wonder

Contando com bom elenco, o filme conta com um tom cômico. Há várias referências à época. Os estúdios de gravação, as roupas, os cabelos, tudo reproduzido de acordo com a época. Fora as indiretas. A idéia de tentar emplacar One Ders, por exemplo. Um trocadilho claramente inspirado em Beatles (o nome do grupo não é besouro como muitos traduzem. É um trocadilho criado por John Lennon com a palavra beat, de batida musical). No elenco, além de Tom Hanks, tínhamos a presença de Liv Tyler (filha do cantor do Aerosmith, Steven Tyler. Liv e Alicia Silverstone ganharam destaque na época depois de participarem de alguns vídeos musicais dos rapazes como “Cryin´” e “Crazy”).

A faixa “Do That Thing You Do”, escrita para o grupo ficcional, foi composta por Adam Schlesinger, baixista do Fountains of Wayne. A música tornou-se um hit em diversos países, inclusive no Brasil. A história da tela vinha para o mundo real. Afinal, foi a única vez que ouvimos do The Wonders nas rádios... O filme, lançado no Brasil com o nome de O Sonho Não Acabou, é bem bacana e foi prensado em VHS e DVD. Fica a dica...

sexta-feira, 27 de março de 2015

Kontrust – Explositive (2014)

Por Rafael Menegueti

Kontrust - Explositive
A banda austríaca de metal crossover Kontrust lançou seu quarto disco de estúdio em novembro passado. No ano passado eu havia resenhado o antecessor “Second Hand Wonderland”, de 2012, e agora, comentando sobre o novo disco, devo dizer que pouco mudou. A proposta do som do sexteto é a mistura de metal com vários estilos de diversas origens, como a polka, ritmos latinos, um pouco de reggae e ska, muita percussão e levadas cheias de groove e funkeadas.

Em “Explositive” a banda explora ainda mais essa sua sonoridade, com uma pegada pesada e ao mesmo tempo dançante. A faixa “Dance” abre o disco bem nesse estilo. Os vocais da polonesa Agata Jarosz e Stefan Lichtenberger são versáteis e empolgantes. Na faixa “Why”, eles fazem um bom dueto, em uma faixa que bem poderia ter surgido de uma banda dos anos 80 e com um refrão simples mas grudento. O primeiro single do disco, “Just Propaganda” vem em seguida com um riff bacana e uma letra bem crítica. O que é outro ponto interessante da música da banda. Mesmo com essa sonoridade irreverente e animada, as letras mostram uma banda engajada em apontar pontos em que a sociedade precisa ser melhorada.

Os membros do inusitado Kontrust
O álbum segue com a faixa “I Freak On”, bem inusitada, com presença de guitarras e teclado formando um som consistente, e mais um refrão pra ficar na cabeça por uns 12 dias, algo em que a banda parece ser especialista. Essa formula poderia fazer do Kontrust uma banda previsível, mas não. Cada canção parece uma surpresa diferente. “Shut Up” já tem outra pegada, convidando o ouvinte a pular com o refrão. Não da nem tempo de respirar, tamanha a frequência com que os andamentos mudam, as músicas ganham peso e novos elementos são inseridos.

“Cosmic Girl” é outra faixa diferente, começado com um banjo e uma guitarra abafada e a voz de Agata, logo mudando com os vocais Stefan e ganhando mais energia. “Vienna” é uma das melhores do álbum, onde predominam os riffs de guitarra e a melodia nos vocais de Agata. “Bulldozer” também não deixa a desejar, com uma levada pesada e bem hard rock. “Play!” é outro momento bem grooveado, com destaque para o baixo de Gregor Kutschera, e um refrão mais alternative rock.

Chegando a parte final do disco, temos a animada e cheia de ritmo “This Is My Show”, uma das mais dançantes do disco. “Bad Time” tem um andamento mais lento, mas ainda é bem empolgada. “Ladies” é mais uma sonora pancada, rápida e com outro refrão daqueles. O disco encerra com a funkeada e bacana “Lucky Bastards”, que deixa o ouvinte querendo mais. Um trabalho divertido, abrangente, rico em boas referências e influências. O que poderia ter ficado repetitivo e previsível se mostrou um trabalho renovado e convidativo. Muito bom para uma banda que deve continuar crescendo na cena do rock e metal moderno.


Nota: 8,5/10
Status: Animado e variado


Faixas:
1. Dance
2. Why 
3. Just Propaganda 
4. I Freak On 
5. Shut Up 
6. Cosmic Girls 
7. Vienna 
8. Bulldozer 
9. Play! 
10. This is My Show 
11. Bad Time 
12. Ladies
13. Lucky Bastard

quinta-feira, 26 de março de 2015

Europe – War of Kings (2015):



Por Davi Pascale

Grupo sueco chega à seu décimo álbum. Novo trabalho mantém a pegada hard rock com influência setentista de seus trabalhos anteriores, deixando cada vez mais afastado seus dias de visual exagerado e arranjos comerciais. Recomendado até mesmo para quem odeia o som que os rapazes faziam em seus dias de glória.
Talvez muitos de você se recordem do grupo de Joey Tempest apenas pelo megahit “The Final Countdown”. Talvez alguns se lembrem de canções como “Carrie” e “Open Your Heart”. A verdade é que desde que retornaram à ativa em 2004, os músicos contam com outra sonoridade e outra postura. Ficaram para trás as coreografias àla “You Give Love a Bad Name”, os teclados diminuíram de volume e ficaram mais encorpados, os vocais não contam mais com tonalidades exageradas, seus arranjos ganharam mais peso. Ou seja, é literalmente outra banda.
O Europe ainda precisa lidar com esse fantasma. Não que seu passado seja uma vergonha. Pelo contrário, gosto muito dos discos que lançaram nos anos 80. Canções como “Superstitious”, “Let The Good Times Rock”, “Ready Or Not”, “Halfway to Heaven” e “Bad Blood” sempre estiveram em meu CD player, e mais recentemente no Ipod que me acompanha no carro. O problema é que os grupos dessa cena sempre foram tratados com desdém pela imprensa (dita) especializada e muitos ainda olham com o mesmo desdém, por simplesmente não se darem ao trabalho de ouvir o que andam fazendo, em uma época onde é possível ouvir discos de graça em programas como Spotify ou até mesmo no Youtube. Realmente uma pena!
Grupo chega à seu décimo álbum mantendo a veia hard de seus últimos discos
 
War Of Kings segue a mesma lógica de Bag of Bones, Last Look At Eden e Secret Society. Arranjos altamente influenciados por grupos como Uriah Heep, Led Zeppelin e até mesmo Deep Purple tomam conta do disco. John Norum, quem considero um dos grandes guitarristas da década de 80, continua roubando a cena não apenas com ótimos riffs, mas também com solos inspiradíssimos. Embora as referências sejam, em sua maioria, vinda dos anos 70, o álbum conta com uma mixagem mais moderna. A escolha do produtor, Dave Cobb (Rival Sons), foi mais do que acertada.
A influência Zeppelin aparece em faixas como “Light It Up” e “Rainbow Bridge” (a levada de Ian Haugland em “Light It Up” é quase uma homenagem à Bonham). A faixa título traz aquele arranjo mais pesado e, de certa forma, mais sombrio nos remetendo aos tempos de Secret Society. “Praise You”, por outro lado, nos leva de volta ao (ótimo) Bag of Bones com sua levada bluesy. “California 405” e “Days of Rock n´ Roll” trazem riffs no melhor estilo Ritchie Blackmore. Essa última, a dobrada de guitarra com teclado me remeteu bastante ao Rainbow. “The Second Day” é a famosa balada rocker, dona de um ótimo refrão.
Joey Tempest, John Norum, Mic Michaeli, John Levén e Ian Haugland continuam nos entregando discos de excelente qualidade. Bem tocado, bem cantado e bem escrito. Tenho certeza de que aqueles que pararem para ouvir essa nova fase dos rapazes, mudarão sua visão sobre o grupo. Se você ainda enxerga eles como um Bon Jovi que não deu certo, dê uma nova chance ao grupo. Se você continuou acompanhando os músicos, não há razão para não adquirir o novo CD. Trabalho inspiradíssimo.
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Explosivo
Faixas:
01)   War of Kings
02)   Hole In My Pocket
03)   The Second Day
04)   Praise You
05)   Nothin´ To Ya
06)   California 405
07)   Days Of Rock n´ Roll
08)   Children Of The Mind
09)   Rainbow Bridge
10)   Angels (With Broken Hearts)
11)   Light It Up
12)   Vasastan

quarta-feira, 25 de março de 2015

Rock In Rio: O que esperar com as novas atrações confirmadas?

Por Rafael Menegueti

Ontem os organizadores do Rock In Rio surpreenderam com o anuncio de vários nomes que farão parte da escalação do Palco Sunset, menor do que o palco principal (Mundo) e onde os shows acontecem durante o dia. Apenas uma atração que deverá se apresentar nesse palco ainda não foi anunciada, e, a julgar pelos nomes que foram divulgados ontem, o Sunset vai ficar pequeno pra tanto artista bom.

É fato que alguns nomes são grandes demais para fazerem suas apresentações no espaço secundário. O caso mais claro é o do Korn, mas também incluo nesse barco bandas como Angra, Deftones e Nightwish. Ainda mais se pensarmos que bandas nem tão consagradas ainda, como o duo britânico Royal Blood, estarão no Palco Mundo. No entanto, não vejo isso como um grande problema.

Korn: não seria a banda grande demais pro palco sunset?
Mas vamos ao que interessa, o que realmente tem de bom nessa lista. Começando pelo primeiro dia, 18 de setembro, vai ser bacana ver o Ira! novamente em ação (mesmo que apenas com Edgar Scandurra e Nasi da formação original). O grupo terá participação especial do rapper Rappin Hood e de Tony Tornado, o que promete ser curioso. No mesmo dia teremos a homenagem à Cassia Eller, e esperamos que ela seja digna, assim como o show especial de comemoração dos 30 anos de festival, no Palco Mundo.

No primeiro dia dedicado ao metal, a escalação do Sunset será de respeito. Noturnall terá a companhia de Michal Kiske para abrir o dia. O Angra terá Dee Snider (Twisted Sisters) e Doro Pesch como convidados especiais. A primeira atração gringa será o Ministry, acompanhado do vocalista do Fear Factory, Burton C. Bell. E o Korn encerrará a noite do palco secundário, sendo provavelmente uma das maiores atrações dele nessa edição. É bem provável que haja pouco espaço pra muita gente querendo vê-los.

Halestorm promete ser um dos melhores shows do palco secundário
Em outra das noites dedicadas ao rock, no dia 24 de setembro, duas boas revelações do heavy metal paulista dividirão o palco: Project 46 e John Wayne (se você não sabe, trata-se de uma banda que leva o nome do famoso ator). O Halestorm vem em seguida e já adianto que deverá ser um dos melhores shows do dia. Um pouco mais pesado será o Lamb of God, excelente banda da nova geração americana (apesar de já ter mais de 20 anos de estrada) e que também promete quebrar tudo. O Deftones, banda consagrada do metal alternativo californiano, promete arrastar bom publico quando encerrar o dia antes das atrações do Palco Mundo.

Uma atração que ainda me parece confusa inicia o dia 25. Heavy Metal All Stars + André Abujamra + André Morais + Constantine Maroulis tocando trilhas de filmes de terror e sucessos do metal. Não consigo imaginar isso em execução, mas irei querer ver. Menos confuso será a apresentação dos portugueses do Moonspell com participação de Derrick green do Sepultura. O Nightwish já era apontado como atração desde setembro do ano passado, mas só agora veio a confirmação, e com o baterista original Jukka Nevalainen, que está dando um tempo da banda atualmente por motivos de saúde. Por fim, o dia no Sunset será encerrado com a apresentação de Steve Vai com a orquestra Camerata Florianópolis. Sem falar que no penúltimo dia (26) ainda teremos o tremendão Erasmo Carlos com o Ultraje a Rigor e o Brothers of Brazil.


Steve Vai com orquestra também estará no Palco Sunset
Restam apenas algumas atrações a serem confirmadas agora no festival. No entanto, todas elas são em dias mais voltados ao pop e outros estilos. O que o Rock In Rio terá de “rock” já está praticamente finalizado, talvez o terceiro dia, em que apenas Rod Stewart está confirmado no palco mundo traga alguma coisa diferente. Mas, definitivamente, essa edição será histórica. E você? Gostou das atrações ou acha que faltou alguma?

terça-feira, 24 de março de 2015

Soto: Inside The Vertigo (2015):



Por Davi Pascale

Jeff Scott Soto está de volta. E em ótima forma! Fazia tempo que um disco novo não me empolgava assim. E fazia tempo que um trabalho do cantor não me achava tanto a atenção. Não que seus discos sejam ruins. Longe disso, mas desde Soul Sirkus que um trabalho dele não me impressionava tanto. Pesado, bem tocado, excelentes composições. Sei que o ano está apenas começando, mas tem de tudo para estar na minha lista de melhores do ano.

Não sei o quanto você leitor está acostumado com o trabalho do rapaz, mas quem curtiu heavy metal nos anos 80, está careca de saber de quem se trata. O cantor ainda é muito associado aos seus tempos ao lado do egocêntrico Yngwie Malmsteen (que em breve estará participando da edição brasileira do Monsters of Rock), mas em sua longa trajetória já passou por inúmeros projetos. Extremamente versátil, já fez trabalhos com pegada hard oitentista, cantou AOR e até mesmo disco music. Em seu currículo, estão artistas do porte de Axel Rudi Pell, Journey, Talisman... Aliás, por falar em Talisman, Inside The Vertigo chegou às lojas no dia 30 de Janeiro. Data de nascimento do falecido Marcel Jacob. Coincidência? Certeza que não...

Aqui, traz de volta o peso que há muito tempo estava perdido. Em sua (boa) carreira-solo, seus discos trazem bastante baladas, apostam em uma sonoridade um pouco mais comercial com refrões pegajosos e, por vezes, uma influência de funk nos arranjos. Aqui, o papo é outro. Extremamente pesado, a tônica é a guitarra com afinação lá embaixo e bateria destruidora. O trabalho vocal de Jeff continua o mesmo: forte e melódico. Fatores, para mim, positivos.

Musicos de sua banda solo transformam-se em grupo principal. Ente eles, os brasileiros BJ e Edu Cominato

A idéia é que Soto seja uma banda. E, honestamente, espero que vá para frente. Sempre defendi a tese de que se esse cara tivesse uma banda fixa, seria muito maior do que é. Não me entenda mal, gosto da maioria de seus projetos, mas aquela velha história.... Se por um lado está sempre se renovando artisticamente, de outro está sempre recomeçando. Fica muito difícil criar um público cativo. Boa parte da galera que o acompanha ainda são os fãs do Malmsteen e do Talisman.

Os brasileiros ainda têm mais um motivo para comemorarem. Além de adorar fazer concertos em nosso país, sua banda conta com 2 músicos brasileiros: o baterista Edu Cominato e o tecladista/vocalista BJ. Ambos, vindo do competente Tempestt. Completam o time, o guitarrista Jorge Salan e o baixista David Z (Trans-Siberian Orchestra). Praticamente, a banda que vinha o acompanhando há alguns anos em seus shows. No disco, contudo, há diversas participações especiais. Entre elas, o musico Mike Orlando (Adrenaline Mob), os guitarristas Gus G (Ozzy Osbourne), Al Pitrelli (Savatage) e Leo Mancini (Shaman). Além de uma composição em parceria com Hugo Mariutti (Henceforth). Já é o segundo artista gringo que grava disco com músicos brasileiros. Bacana! A razão de tantos convidados especiais é que o disco foi pensado inicialmente como um trabalho solo e somente depois de um tempo tomou formato de banda.

O CD conta com uma mixagem moderna, portanto, não espere ouvir nada no estilo de Rising Force por aqui. Os arranjos misturam diversas influencias, transitando entre o novo e o velho. Pantera, Dream Theater, Black Sabbath e até mesmo Queen. Está tudo misturado aqui com uma cara bem 00´s. O álbum praticamente mantém o nível desde a faixa de abertura com "Final Say" até o encerramento com "Fall to Pieces". Destacaria o solo de guitarra mortal de Gus G em "Wrath", a bateria trincada de "Narcissistically Yours", a belíssima construção da balada "End of Days", além da já citada "Fall to Pieces" com uma pegada mais hard rock que deve funcionar bem nos shows. O baixo funkeado volta a aparecer por alguns segundos em "Break". A outra balada, "When I´m Older", já conta com um arranjo mais próximo daquilo que esperamos de Jeff nos dias atuais. Tem várias canções dele que se tocassem nas rádios virariam hits. Essa não foge a regra. Bem que Inside The Vertigo poderia ser lançado no Brasil. Não apenas pelo rapaz ter um publico cativo, mas também por termos músicos brazucas participando do projeto. Quem quiser adquirir, terá que soltar uma boa grana na edição importada (afinal, o dólar está na casa do chapéu). Pelo menos, esse vale a grana!

Nota: 9,0/10,0
Status: Empolgante e consistente

01) Final Say
02) The Fall
03) Wrath
04) Break
05) Narcissistically Yours
06) End of Days
07) Inside The Vertigo
08) When I´m Older
09) Trance
10) Jealousy
11) Karma´s Kiss
12) Fall to Pieces

segunda-feira, 23 de março de 2015

Música comentada: Atreyu – Slow Burn

Por Rafael Menegueti

Os californianos do Atreyu estão finalmente voltando à ativa e preparando um novo álbum. A banda de metalcore passou um tempo parada enquanto seus músicos participavam de projetos paralelos. Enquanto esse novo trabalho não sai, decidi comentar um pouco sobre uma de minhas canções favoritas do grupo.



“Slow burn” está presente no quarto disco de estúdio da banda, “Lead Sails Paper Anchor”, de 2007. A canção não foi um dos singles do álbum, mas era uma das que traziam uma das melhores mensagens por traz de sua letra. Nela, a banda fala sobre a forma como o vicio em drogas pode destruir uma pessoa. Na música, os vocais de Brandon Saller e Alex Varkatzas se alternam para descrever uma pessoa em abstinência, que sente não conseguir controlar sua necessidade compulsiva pela droga. No refrão, o adicto admite que sabe que essa atitude autodestrutiva está matando ele, mas no fim ele reitera sua vontade de lutar contra o vicio, o que ele acredita ser o suficiente para conseguir superá-lo.

It begins with a dark glowing ember,
something black burning it's way out of me.
Searing the flesh,
pain is the only thing I feel,
scars all I see.

Oh no the fire's burning my insides again,
what can I do to silence my desire tonight?
Face consumer reason leaving all the ashes there,
you won't catch me for granting my decision,

I can't keep telling myself what I want to hear,
I can't just close my eyes.

I know that it's killing me,
and it's poisoning the best of me,
but I say, I don't want to believe.
So let me tell you boy, tell you boy,
about the lies I lead.

That is how it kills, I got some flames and gasoline
Broken teeth replace the blackout memories in my head
Wreckage from the blast, it often shakes me to the floor
I know it's over but I can't go home tonight.

And after this I feel as empty as the night before,
Feel the pain and yet I'm still begging for more.
Masochistic, nihilistic, urging wrecked up thoughts
My life's a mess and I can't find a way to fix it.

Calling, calling out.
The darkness reaches up my soul,
I'm riddled with self-doubt.
Crawling, crawling out,
my will to fight will more than suffice,
while others will lay down.

It's only as dark as you make it.
Isso começa com uma brasa ardente escura
Alguma coisa escura queimando seu caminho para fora de mim
Cauterizando a carne
Dor é a unica coisa que eu sinto
Cicatrizes são tudo o que eu vejo

Oh não, o fogo está me queimando por dentro de novo
O que eu posso fazer para silenciar o meu desejo essa noite?
Enfrente a razão consumidora deixando todas as cinzas lá
você não me pegará para conceder a minha decisão

Não posso continuar me dizendo o que eu quero ouvir
Eu não posso simplismente fechar meus olhos

Eu sei que isso está me matando
E está invenenando o melhor de mim
Mas eu digo, não quero acreditar
Então me deixe dizer a você garoto
Sobre as mentiras que eu conto

É assim que isso mata, eu tenho algumas chamas e gasolina
Os dentes quebrados substituem as memórias apagadas na minha cabeça
Restos do golpe de vento,isso muitas veses me sacode no chão
Eu sei que acabou, mas eu não posso ir para casa essa noite

E após isso eu me sinto tão vazio como na noite anterior,
Sinto a dor e ainda assim eu ainda estou implorando por mais.
Masoquista, niilista, incitando pensamentos destruidos
Minha vida está uma bagunça e eu não consigo encontrar uma maneira de corrigi-la.

Chamando, chamando ao redor
A escuridão alcança a minha alma
Eu estou depedaçado com a duvida de mim mesmo
Rastejando, rastejando para fora
Minha vontade de lutar sera mais que o suficiente
Enquanto os outros se estabelecem

Só é tão escuro como você o faz


domingo, 22 de março de 2015

Notícias do Rock (Pra Não Ficar Por Fora)

Por Davi Pascale


Adeus à AJ Pero


Infelizmente, nossos ídolos estão envelhecendo e muitos deles estão indo para outra esfera. Alguns acabam indo antes da hora, como foi o caso de Anthony Jude Pero. Ou, como é mais conhecido, AJ Pero. O baterista criou fama ao participar do grupo Twisted Sister, que liderou as paradas de sucesso dos anos 80 com canções como “We´re Not Gonna Take It”, “I´m I Me”, “I Wanna Rock”, “The Price”... Atualmente, fazia parte do grupo Adrenaline Mob. O músico tinha apenas 55 anos de idade. A causa da morte não foi divulgada. Há quem diga que foi parada cardíaca...


Faces deve retornar ao palco


Quem curte rock dos anos setenta, certamente, já ouviu o Faces alguma vez na vida. Ao menos, o clássico “Stay With Me”. O grupo durou pouco. Lançou 4 discos apenas. Entretanto, seus discos atingiram status de clássicos e vários integrantes do grupo tornaram-se figuras lendárias com o passar dos anos. Caso dos guitarristas Ron Wood (atualmente no Rolling Stones) e Steve Marriott, e do vocalista Rod Stewart. O baterista Kenney Jones declarou para a imprensa que os rapazes voltam esse ano ainda e garantiu a participação de Ron Wood e Rod Stewart. Estão falando que os Rolling Stones voltam ao Brasil no fim do ano. Está aí um show bacana para ser o numero de abertura.


Chris Cornell e Danzig planejam novo álbum



O vocalista do Soundgarden, Chris Cornell, divulgou que terminou recentemente a gravação de seu próximo álbum solo. Chris postou em sua página do Facebook, essa semana, os seguintes dizeres: “Último dia de gravação do meu disco solo. Obrigado Brendan, Tom e Kyle. Fizemos a mágica acontecer”. Quem divulgou novo álbum também foi o Danzig. Glenn Danzig anunciou que o grupo se encontra nesse momento no estúdio preparando o sucessor de Deth Red Sabaoth (2010). O cantor não sabe dizer se o disco chega às lojas esse ano ainda ou somente em 2016.


DJ Smith fora do Red Dragon Cartel



O vocalista DJ Smith está fora do Red Dragon Cartel. Os motivos ainda não foram divulgados, mas não é segredo para ninguém que os fãs não aprovavam o rapaz. Suas performances ao vivo vinham recebendo críticas pesadas à algum tempo, tanto por parte da imprensa como por parte dos fãs. Gostei do trabalho que fez no disco, mas não tive a oportunidade de vê-lo em ação, portanto não sei até onde ele era fraco e até onde era perseguição. Para seu lugar foi contratado o vocalista do Harem Scarem, Michael Beck. Acompanharemos os próximos capítulos...


Tarja Turunen com novo disco ao vivo




A cantora Tarja Turunen lançará dia 27 de Maio um novo trabalho ao vivo intitulado Luna Park Ride. Como o próprio nome entrega, o material foi gravado em Luna Prak, um estádio localizado em Buenos Aires (Argentina). O show, gravado em 27 de Março de 2011, é um registro da What Lies Beneath Tour, que passou pelo Brasil. O material será lançado em CD duplo, LP duplo, DVD, blu-ray e download. Já vai economizando grana...

sábado, 21 de março de 2015

The Gentle Storm – The Diary (2015)

Por Rafael Menegueti

The Gentle Storm - The Diary
Está aqui um dos lançamentos mais interessantes do ano até agora. “The Gentle Storm” é um novo projeto musical holandês idealizado por Arjen Lucassen (Ayreon, ex-Stream of Passion) e pela cantora Anneke van Giersbergen (ex-The Gathering, solo). Eles se uniram a outros nomes conhecidos da cena holandesa, como Marcela Bovio e Johan van Stratum (Stream of Passion), Timo Somers (Delain) e Joost van der Broek (ex-After Forever) para lançar um disco duplo com uma mistura de elementos e estilos excelentes.

A ideia foi criar duas versões para cada música, misturando metal sinfônico e folk e rock progressivo. No primeiro disco as canções tem a cara mais folk, com arranjos acústicos, ênfase nos vocais de Anneke e Marcela e instrumentos diferentes como trompas e dulcimer (tipo de instrumento de cordas medieval), em versões das canções chamadas de “gentle versions” (versões gentis). No segundo disco as mesmas músicas, mas entram as guitarras elétricas, os arranjos passam a ser mais de metal sinfônico, mas mantendo as melodias suaves e agradáveis, em versões chamadas de “storms” (tempestades).

Arjen e Anneke são grandes músicos com uma historia vasta no cenário do rock alternativo e metal sinfônico. Arjen é a mente por traz do Ayreon e fundador do Stream of Passion, com quem gravou apenas o primeiro disco. Já Anneke fez parte durante muitos anos do The Gathering, uma das bandas mais famosas do pais, onde ela foi do metal sinfônico ao rock alternativo, em seguida partindo para uma carreira solo bem sucedida. O encontro dos estilos e influencias de ambos teve como resultado esse trabalho que mostra mais uma vez como tantos elementos diferentes podem se juntar para fazer um belo disco.

Arjen Lucassen e Anneke van Giersbergen
A voz de Anneke é sem duvida um ponto alto do trabalho. Os arranjos parecem combinar perfeitamente com seu estilo, tanto nas versões folk quanto nas metal. Destaco aqui as faixas “Heart of Amsterdam”, “The Storm” e “Cape of Storms” como exemplos disso. Os backing vocals de Marcela Bovio também complementam perfeitamente a voz de Anneke. O disco abusa de arranjos com instrumentos de sopro, violinos, e piano em momentos certos. Essa diversificação faz ambas as versões do álbum bem abrangentes e ricas.

O divertido do disco é você ficar ouvindo repetidamente as versões para perceber as semelhanças e como os arranjos diferentes tornam ambas as audições interessantes e experiências únicas. Isso porque as faixas não ficam irreconhecíveis com arranjos diferentes. Pelo contrario, algumas permanecem bem próximas, como a balada “The Moment”. Outras se afastam mas sem perder a essência que as torna cativantes, como em “The Greatest Love”. Outras faixas que se destacam, em ambas as versões são “Endless Sea”, “Brightest Light” e “New Horizons”.

No geral, “The Diary” é um disco agradável, com canções belas e criativas. As letras contam uma historia de amor que combina com o estilo dessas composições e é tudo muito acertado e bem produzido. Para quem conhece o trabalho desses artistas holandeses, esse disco é uma ótima experiência, e para quem não conhece, vale a pena conferir.


Nota: 10/10
Status: Único


Faixas:
CD 1 - Gentle:
1. Endless Sea (Gentle Version)
2. Heart Of Amsterdam (Gentle Version)
3. The Greatest Love (Gentle Version)
4. Shores Of India (Gentle Version)
5. Cape Of Storms (Gentle Version)
6. The Moment (Gentle Version)
7. The Storm (Gentle Version)
8. Eyes of Michiel (Gentle Version)
9. Brightest Light (Gentle Version)
10. New Horizons (Gentle Version)
11. Epilogue: The Final Entry (Gentle Version)

CD 2 - Storm:
1. Endless Sea (Storm Version)
2. Heart Of Amsterdam (Storm Version)
3. The Greatest Love (Storm Version)
4. Shores Of India (Storm Version)
5. Cape Of Storms (Storm Version)
6. The Moment (Storm Version)
7. The Storm (Storm Version)
8. Eyes Of Michiel (Storm Version)
9. Brightest Light (Storm Version)
10. New Horizons (Storm Version)