sábado, 31 de outubro de 2015

Notícias do Rock (pra não ficar por fora)

Por Rafael Menegueti

Serenity divulga detalhes de novo álbum

Os austríacos do Serenity divulgaram nessa semana os detalhes de seu novo disco, o quinto de sua carreira. “Codex Atlanticus” será lançado no dia 29 de janeiro de 2016, e seguirá tratando de eventos e figuras históricas da humanidade. Dessa vez, a banda usou como tema a “arte e ciência”, usando Leonardo Da Vinci como figura central, e incluindo também referencias a “teorias da conspiração, Illuminati e outras coisas”. Confira a capa e faixas do disco abaixo:


1. Codex Atlanticus
2. Follow Me
3. Sprouts of Terror
4. Iniquity
5. Reason
6. My Final Chapter
7. Caught in a Myth
8. Fate of Light
9. The Perfect Woman
10. Spirit in the Flesh
11. The Order

Stratovarius fará show único no Brasil


Os finlandeses do Stratovarius voltarão ao Brasil para uma única apresentação. O grupo se apresenta em São Paulo, no Carioca Club, no dia 10 de dezembro, em show de divulgação de seu mais recente álbum, “Eternal”, lançado há pouco tempo. Os ingressos já estão a venda e foi divulgado um vídeo promocional com informações sobre o show, veja abaixo:


Ex-vocalista do Flyleaf lançará primeiro álbum solo

Lacey Sturm
Lacey Sturm andou um pouco fora dos holofotes desde que deixou o Flyleaf, banda de metal alternativo cristão americana, há cerca de três anos. Agora, ela irá lançar seu primeiro trabalho como cantora solo. “Life Screams” será lançado no começo de 2016, e o primeiro single, “Impossible”, será divulgado amanhã em uma rádio americana. Desde sua saída, pouco antes do lançamento do terceiro álbum de estúdio da banda, o Flyleaf lançou um único disco, “Between the Stars” (2014).

Amy Lee diz que ainda não há planos para novo disco do Evanescence

Em uma entrevista dada ao site da Rolling Stone, Amy Lee acabou dando um banho de água fria nos fãs que estão ansiosos por material novo do Evanescence. Embora confirme que esteja trabalhando em novas músicas, ela afirmou que nada faz parte de planos para a banda. A banda irá se reunir para shows no Japão e EUA em novembro, e não descarta uma possível turnê em 2016. Por enquanto, os fãs da moça podem pelo menos curtir um vídeo novo dela fazendo uma versão para uma música do Portishead, “It’s A Fire”.


Candlemass lançará EP comemorativo com novo vocalista

A banda sueca de doom metal está completando 30 anos de carreira e decidiu comemorar a data lançando um novo EP. O lançamento trará quatro faixas, que contarão com a voz do novo vocalista, Mats Levén, efetivado na posição no lugar de Robert Lowe, que foi demitido em 2012. A previsão é de que o Ep chegue as lojas no ano inicio do próximo ano.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Def Leppard – Def Leppard (2015):



Por Davi Pascale

Britânicos do Def Leppard soltam novo álbum. Com poucas novidades, disco resgata um pouco da sonoridade oitentista e deve agradar seus fiéis seguidores.

Já tem um tempo que o grupo vinha fazendo uma série de turnês bem sucedidas, mas sem colocar novo material nas lojas. Seu último álbum de inéditas foi (o bom) Songs From The Sparkle Lounge de 2008. Em alguns trabalhos, os músicos tentam manter sua sonoridade clássica, como acontece em Euphoria. Em outros, buscam se arriscar em novos universos, como ocorre em Slang ou em X. Experiências, essas, não muito felizes. Em seu décimo álbum de inéditas, se mantém em território comum, mas as músicas de trabalho podem empolgar seus seguidores além da conta.

Quem ouviu as faixas de trabalho “Let´s Go” e “Sea of Love” pode ter criado uma expectativa de um retorno àquela sonoridade Hysteria/Adrenalize. Realmente, vários momentos do novo CD nos levam de volta à esses discos. Principalmente, pelo trabalho de guitarra (tente escutar “Let´s Go” e não se lembrar do riff de “Pour Some Sugar On Me” ou escutar “Dangerous” e não se lembrar de “Armaggedon It”), mas a sonoridade não se mantém durante todo o play.

“Man Enough”, por exemplo, é declaradamente pop. A faixa contém uma pegada mais moderninha, com direito à bateria eletrônica, beats e tudo mais. Me remeteu bastante aos seus tempos do tão odiado Slang. “We Belong” e “Energized” são duas baladas que poderiam estar presentes no álbum X.

Músicos lançam seu primeiro trabalho de inéditas em 7 anos

Essas não são as únicas baladas por aqui e também não são as melhores. “Last Dance” é a famosa balada voz/violão. Não é tão forte quanto “Two Steps Behind”, mas é uma boa música. As que mais me chamaram a atenção, contudo, foram “Battle of My Own”, que conta com uma pegada blues no violão e a balada rocker “Wings Of An Angel” que nos leva de volta aos anos 80.

Alguns rocks do disco também nos remetem aos seus anos de ouro. Além das já citadas duas faixas iniciais, canções como “All Time High”, “Broken ´n´ Brokenhearted” e “Forever Young” trazem de volta a alegria dos anos 80. Do jeito que a galera gosta. Guitarra falando alto, refrãos marcantes. Não chegam ao peso de High n´ Dry ou On Through The Night, mas trazem aquele espírito de festa que as canções dessa época tinham. “Sea Of Love”, que conta com a participação Debi Blackwell Cook (Delta Deep), é outra que mantém esse espírito.

Os backings continuam firme, forte e característico. Joe Elliot não tem mais aquela força vocal que tinha nos tempos de “Stagefright” e “Rock! Rock! ´Til You Drop”, mas ainda é um belo cantor. Flertando rock com pop, nostalgia com modernidade, temos, mais uma vez, Def Leppard sendo Def Leppard! Quem gosta da banda, pode ir sem medo...

Nota: 7,5 / 10,0
Status: Bem elaborado

Faixas:
      01)   Let´s Go
      02)   Dangerous
      03)   Man Enough
      04)   We Belong
      05)   Invincible
      06)   Sea of Love
      07)   Energized
      08)   All Time High
      09)   Battle of My Own
      10)   Broke ´n´ Brokenhearted
      11)   Forever Young
      12)   Last Dance
      13)   Wings of an Angel
      14)   Blind Faith

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Beyond the Black – Songs of Love and Death (2015)

Por Rafael Menegueti

Beyond the Black - Songs of Love and Death
Se tem uma coisa que eu já aboli da minha cabeça é a ideia de que tudo que é comercial é ruim. Não é necessariamente assim que funciona. Pra mim, o conceito de música comercial anda meio deturpado. Uma banda com uma proposta mais radiofônica e popular pode acabar sendo tachada desse modo, quando na verdade o problema de ser comercial mesmo seria existir apenas para vender, seja sua própria imagem ou algum produto associado a ela.

Não é o caso dessa nova banda alemã, que com uma sonoridade bem nessa linha popular, vem dividindo opiniões entre os críticos, mas agradando aos fãs de metal sinfônico por aí. O Beyond the Black foi formado no ano passado, e já no começo desse ano lançou seu primeiro álbum, “Songs of Love and Death”. Nele, cada faixa parece ter sido pensada com esse objetivo, ser o mais radiofônico possível, mesmo nos momentos mais pesados. Isso é fácil de explicar se virmos que a banda é formada por alguns músicos bem jovens, e com uma vocalista (Jennifer Haben) que antes fazia parte de um grupo pop feminino.

Eu não gosto muito de fazer comparações com bandas novas, pois sei que pra eles isso pode ser incomodo, mas é impossível não perceber a influência dos trabalhos mais recentes do Within Temptation. Até no modo como Jennifer canta, a referência está bem perceptível. No entanto, ainda assim é possível ver vários pontos onde a banda mantém uma identidade própria. A própria garota sabe inserir varias características diferentes em seus vocais, por vezes mais pop, e em outros mais clássico.

Os membros do Beyond the Black
Como destaques dessa linha mais pop cativante, mas com refrães potentes e mais memoráveis, estão o single “In the Shadows”, que abre o disco, a faixa-título, “Running to the Edge” e “Drowning In Darkness”. A banda consegue surpreender também em composições que variam um pouco mais em seus elementos, como a balada típica “Unbroken”, em “Hallelujah”, com um riff bem power metal, ou em “Afraid of the Dark”, que tem um clima mais sombrio ainda que mantendo a linha radiofônica do disco. Em muitos momentos a banda ainda flerta com o folk (o que parece estar bem na moda atualmente), em especial a faixa “Pearl In A World of Dirt”. O disco ainda encerra com uma cover de “Love Me Forever”, do Motorhead, que ficou boa no estilo sinfônico elaborado pelo grupo.

O disco é bem produzido e apresenta algumas faixas bem compostas e elaboradas. Embora o resultado seja um tanto quanto previsível, o saldo pra mim foi positivo. Os arranjos sinfônicos, o trabalho vocal, que inclui também alguns vocais guturais em alguns momentos bem definidos, os riffs e solos de guitarra, são todos muito conscientes para fazer um disco agradável e de acordo com aquilo que os fãs do estilo mais apreciam. É bem comercial, mas não é nada ruim.


Nota: 8/10
Status: Sincero e agradável

Faixas:
1. In The Shadows
2. Songs Of Love And Death
3. Unbroken
4. When Angels Fall
5. Pearl In A World Of Dirt
6. Hallelujah
7. Running To The Edge
8. Numb
9. Drowning In Darkness
10. Afraid Of The Dark
11. Fall Into The Flames
12. Love Me Forever (MOTORHEAD cover)

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

The Ann Wilson Thing - #1 (2015):



Por Davi Pascale

Vocalista do Heart lança mais um álbum longe da banda que a tornou famosa. Com apenas 4 faixas, encanta o ouvinte em uma bela viagem ao universo do blues.

Se você acompanha as redes sociais, certamente já recebeu em algum momento, um vídeo do Heart interpretando “Stairway to Heaven” do Led Zeppelin na frente de Jimmy Page e Robert Plant e sendo aplaudidas de pé pelos mesmos. É dessa cantora que me refiro. Quem conhece o trabalho do seu grupo à algum tempo, já está mais do que acostumado com a potência vocal da garota e também pela sua admiração ao grupo. A moça já havia gravado algumas canções dos rapazes antes da cultuada apresentação. Assim como seus ídolos, também bebeu muito na fonte do blues. E essa é a pegada do novo trabalho.

#1 não é um full-length. É um EP! Apenas 4 faixas e fim! Também não é um álbum de inéditas. Apenas uma das canções registradas foi criada para o projeto. As outras 3 são canções de artistas que cresceu ouvindo. E não, não temos Led Zeppelin dessa vez. Os homenageados aqui foram Aretha Franklin, Ray Charles e Buffalo Springfield. Mais uma vez, pegou uma tarefa ingrata e tirou de letra.

Sim, o CD é corajoso. Não apenas porque não se prende aos arranjos originais, mas porque escolheu artistas que são verdadeiros mestres e são idolatrados por gerações e mais gerações. Regravar canções de artistas icônicos como Aretha Franklin e Ray Charles pode ser considerado heresia pelos mais fanáticos. Só que, mais uma vez, as versões ficaram de cair o queixo.

Cantora do Heart faz nova aventura solo com forte aproximação do blues

O álbum começa com “For What´s Worth”, clássico do Buffalo Springfield e clássico do folk rock norte-americano. Aqui ganha uma cara mais rock n roll com guitarras distorcidas e um trabalho de percussão que nos remete bastante à “Sympathy For The Devil” (Rolling Stones). Ficou genial! “Fool No More” vem na sequencia. Trata-se de uma canção inédita. Uma parceria de Ann com Craig Bartock, guitarrista que a acompanha no Heart desde 2004. A faixa é uma balada com altas influências de blues e uma sonoridade bem anos 70. Ann mata a pau nos vocais.

“Ain´t No Way”, famosa na voz de Aretha Frankin, é a próxima a aparecer por aqui. Na versão de Aretha temos um piano guiando a canção e orquestrações. Aqui, temos a presença marcante de um teclado, mas ele atua como um instrumento a mais. As orquestrações não aparecem por aqui. Com uma levada meio arrastada, remete bastante aos blues que Janis Joplin fazia. E o que a garota canta aqui não é brincadeira. O CD se encerra com “Danger Zone”, de Ray Charles. Mais uma vez, as orquestrações caíram fora. Dessa vez, somente piano e voz. A gravação conta com um ar ao vivo e uma leve saturação que nos remete aos antigos LPS de blues, daquela época em que os caras gravavam tocando sozinhos na frente de um microfone. Sacada bacana!

O único pecado de #1 é o fato de ser tão curto. Será que teremos um #2? #3? Espero que sim. Até porque parece que a moça está se divertindo bastante com o novo projeto, tanto que está realizando algumas apresentações solo nos EUA para divulgar o tal disco. Já estou esperando ansiosamente pela continuação. Se você curte Heart, curte a voz da cantora ou é um grande admirador do blues, corra atrás! Discaço!

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Inspirado

Faixas:
      01)   For What´s Worth
      02)   Fool No More
      03)   Ain´t No Way 
      04)   Danger Zone 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Shining – International Blackjazz Society (2015)

Por Rafael Menegueti

Shining - International Blackjazz Society
A banda norueguesa de metal avant-guard Shining lançou seu novo disco, “International Blackjazz Society”, o sétimo de sua carreira, dando mais um passo adiante em sua inovadora proposta. Quem viu a resenha do seu antecessor, “One One One” (2013), aqui no blog (link aqui) deve saber sobre a historia da banda, de sua origem no jazz fusion e evolução que foi caminhando rumo ao metal a cada lançamento, até que em 2010, como o disco “Blackjazz” eles assentaram nesse novo estilo.

Em “One One One”, a banda teve uma forte influencia do metal industrial, criando musicas com estruturas bem complexas e uma agressividade muitas vezes caótica. O vocalista/guitarrista/saxofonista Jørgen Munkeby criava o clima com seus vocais gritados em grande parte do tempo e incrementava as canções com seus solos de saxofone, uma das marcas da banda. Em “International Blackjazz Society” a banda usa uma abordagem um pouco diferente, onde o sax tem mais protagonismo, e as canções estão menos caóticas.

Isso não significa que não haja mais a agressividade dos trabalhos mais recentes. O flerte com o metal industrial ainda é forte, e Munkeby grita a palavra “fuck” por todo o disco como se estivesse em um filme do Tarantino. A estrutura das músicas não está tão complexa dessa vez. Alguns dos riffs e passagens são bem mais tradicionais e deixam as faixas bem mais fáceis de digerir. O trabalho dos vocais de Munkeby também está bem mais limpo em muitos momentos, facilitando até na compreensão das letras.

Alguns dos membros do Shining durante gravação do vídeo de "Last Day"
O lado jazz da banda também recebeu mais ênfase nesse disco. Os solos de saxofone não ficam limitados aos momentos de pontes e exercem papel fundamental no meio das composições como um todo. A bateria extremamente técnica de Tobias Ørnes Andersen tem fortes traços do estilo, ditando o ritmo com ao lado do baixo, agora tocado por Ole Vistnes (Tristania), e criando uma boa base que sustenta as diversas sonoridades da banda. Os arranjos de sintetizador e teclado completam o quadro sonoro que a banda cria.

Como eu já disse, esse disco é bem mais acessível do que seu antecessor. É fácil encontrar composições bem mais diversificadas e interessantes, como a bem estruturada “The Last Stand”, a agitada “Burn It All” e a jam instrumental que une perfeitamente os lados jazz e rock da banda de “House of Warship”. Destaco como as melhores do álbum o single “Last Day”, “Thousand Eyes”, com um ritmo de stoner metal de tirar o folego, e “House of Control”, que possui uma sonoridade industrial mais radiofônica e moderna. O encerramento com “Need” trata de fechar o disco com uma energia que define bem o som da banda.

Se em seus trabalhos anteriores a banda já havia provado um potencial e competência em criar um estilo único, em “International Blackjazz Society”  a banda trata de colocar tudo num casulo junto de todas as outras referencias musicais que a banda carregou em si ao longo dos anos. Como o seu próprio estilo avant-guard sugere, a banda parece estar à frente de seu tempo, mas dessa vez mostrando incrivelmente como pode relacionar elementos de gêneros já consagrados como o rock industrial, free jazz, metal alternativo, progressivo e experimental. Uma ótima banda para quem gosta de novas experiências sonoras, com um disco que merece atenção por isso.


Nota: 9,5/10
Status: insano e inovador

Faixas:
01. Admittance
02. The Last Stand
03. Burn It All
04. Last Day
05. Thousand Eyes
06. House Of Warship
07. House Of Control
08. Church Of Endurance
09. Need

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Los Hermanos – Esse É Só O Começo Do Fim De Nossas Vidas DVD (2015):



Por Davi Pascale

Documentário registra turnê que o grupo realizou em 2012. Contando com imagens ao vivo e cena de bastidores, filme deve agradar somente aos fanáticos.

A música brasileira tem sido muito mais valorizada nos últimos anos. Tem aumentado o número de livros, documentários e até relançamentos de nossos artistas. Considero tudo isso muito bacana. E claro, em todos esses universos, há erros e acertos. Infelizmente, o longa do Los Hermanos não é um grande filme, por mais que a ideia seja bacana.

A película não é aquele documentário tradicional com diversas entrevistas envolvendo os músicos, equipe, artistas convidados. Ou seja, você não ficará a par de como a banda foi formada, de como os músicos se conheceram, a saída de Patrick Laplan, a mudança da sonoridade dos discos, nada disso. O foco é a turnê de 15 anos e somente isso. Esse, contudo, não é o grande problema. 

Acho bacana quando artistas topam propostas diferentes, trazem visões diferentes, saem do senso comum. A ideia de fazer um registro da turnê mostrando o dia-a-dia na estrada com imagens das viagens, passagens de som, diferentes apresentações é muito bacana. Um universo comum entre artistas estrangeiros. Não tão comum entre os artistas brasileiros. O grande problema do filme é o roteiro. Ou melhor, a falta dele.

Não há nada de errado com o filme, mas também não há nada de certo. É um filme que pouco acrescenta e conta com poucas imagens e depoimentos realmente interessantes. Uma imagem realmente bacana é a de um ensaio realizado antes de uma apresentação que mostra os músicos descontraídos. Amarante mostra uma música sua para Camelo, que retribui mostrando uma música nova dele. Não demora muito e os músicos começam a acompanha-lo. Foi interessante vê-los improvisando, se divertindo, sem pressões, sem ego.

Filme retrata reunião de 2012

Algo marcante na trajetória do Los Hermanos é o público que conseguiram atingir e o fanatismo em torno do mesmo. Seus fãs conhecem as letras de todas as canções. Tanto dos hits, quanto dos lados B. Seus shows são sempre lotados e sempre em locais gigantescos. Não me lembro de ter visto essa devoção em torno de um artista brasileiro desde os tempos da Legião Urbana. O documentário deixa explicito esse fanatismo e a atenção que os músicos têm com seus admiradores. Os rapazes, aparentemente, não viram as costas para seus fãs, não fazem cú doce para tirar fotos, nem para dar autógrafos, não importa onde seja a abordagem. Seja na rua, nos aeroportos, no final de seus shows, fica claro que os músicos são bem atenciosos com seu público. O longa passa ideia de serem rapazes simples, apesar da idolatria.

No making of, a diretora Maria Ribeiro explica a falta de entrevistas. Algo proposital, mas que na minha visão foi um erro. As imagens são bacanas, o filme está bem editado, mas fica faltando aquele algo mais. Algo que te prenda a atenção. Mesmo que seja sobre a turnê, poderia ter depoimento dos músicos explicando a razão de cair na estrada, a decisão de parar de gravar, como chegaram a quantos shows fariam, o porquê daquelas cidades escolhidas, se havia alguma razão especial para os locais escolhidos para abrir e fechar a turnê, sobre como escolheram o set, produção de palco, interação com o público, etc etc etc...

Os grandes destaques acabam sendo as canções intercaladas que, querendo ou não, são os únicos registros oficiais daquela gira. Algo que para quem é fã é sempre interessante. A intenção foi ótima, o resultado, infelizmente, não mais do que razoável. No momento, o grupo está novamente na estrada para mais uma mini turnê. Vamos ver se vem algum registro disso por aí...  

domingo, 25 de outubro de 2015

Notícias do rock (pra não ficar por fora)

Por Rafael Menegueti

Delain anuncia entrada de nova guitarrista

Merel Bechtold é nova integrante do Delain
A banda de metal sinfônico holandesa anunciou nessa semana a entrada de mais uma integrante: a guitarrista Merel Bechtold. Ela se junta a Timo Somers na posição, tornando a banda agora um sexteto. Merel já vinha tocando ocasionalmente como segunda guitarrista do grupo em alguns shows há algum tempo, mas só agora ela foi anunciada como integrante permanente, acompanhando o Delain em todas as turnês e futuros lançamentos. Ela também faz parte de projetos como MaYaN e The Gentle Storm.

HIM fará turnê pelo país em dezembro

HIM de volta ao Brasil
Os fãs da banda finlandesa de “love metal” HIM já podem se preparar. Segundo o jornalista José Norberto Flesch, que costuma adiantar informações turnês e shows de artistas gringos pelo país, a banda irá passar por aqui em dezembro. Ainda não há informações de quantos shows, locais e datas, mas a banda deve fazer mais de uma apresentação pelo país, promovendo a “Tour of Middle Aged”

Guitarra de Jim Root, do Slipknot, é furtada nos EUA

Foto divulgada do instrumento
Uma guitarra do guitarrista Jim Root, do Slipknot, foi furtada do local de ensaios da banda, enquanto o grupo se apresentava em Portland, nos EUA. Tanto ele quanto sua namorada, a vocalista do Lacuna Coil, Cristina Scabbia, postaram fotos do instrumento e informações como o numero serial impresso nela para encontra-la, além de fazerem um apelo para que o ladrão devolva o instrumento por ter grande valor sentimental.

Baixista do Camisa de Vênus é agredido em SP

A violência em São Paulo parece estar indo além dos limites. Segundo informações do Diario do Grande ABC, no último dia 21, um grupo de skinheads agrediu alguns frequentadores da Praça Roosevelt, em São Paulo, entre eles o músico Robério Santana, baixista do icônico Camisa de Vênus. Robério chegou a ser hospitalizado, mas recebeu alta em algumas horas e está bem, de acordo com o líder da banda, Marcelo Nova. Fica aqui o nosso repúdio a tais atos covardes e apoio ao músico.

Morre Frank Watkins, ex-baixista do Obituary

Frank tinha 47 anos
O ex-baixista do Obituary, atualmente no Gorgoroth, Frank Watkins, morreu no último domingo, vítima de câncer. Frank tinha 47 anos e vinha lutando contra a doença desde 2012. O músico americano fez parte do Obituary por 20 anos, entre 1990 e 2010, e seus ex-companheiros manifestaram seus pesares pela perda. 

sábado, 24 de outubro de 2015

Rod Stewart – Another Country (2015):



Por Davi Pascale

Rod Stewart chega à seu 30º disco solo. Novo álbum traz audição bastante agradável, boas composições, mas não aponta para sonoridade única e traz bastante baladas. Quem curte apenas sua fase roqueira, vá com calma.

Cantor britânico é dono de uma das vozes mais marcantes do rock. Em sua longa trajetória, o rapaz já fez de tudo.  Cantou rock, pop, jazz, soul, nunca se limitou à um único universo. Another Country é meio que uma prova disso. Dentro das 12 faixas que compõe o repertório, Rod passeia por diferentes praias.

Inicialmente, achava que o cantor havia gravado um álbum country, por conta do título. O que não seria nenhuma surpresa. Depois de gravar standards e clássicos da soul music, poderia muito bem se aventurar por esse caminho. O que não seria, necessariamente, ruim também. Existem diversos artistas de rock que se aventuraram no universo da country music e se saíram bem. Que o diga o lendário Mark Knopfler em sua parceria com Emmylou Harris ou até mesmo o duo Nelson com seu Brother Harmony. Rod é um artista bem versátil e certamente conseguiria fazer bonito nesse universo, caso fosse sua vontade.

Prova disso é a faixa “Love Is”, responsável por abrir o álbum ou até mesmo a faixa-título, “Another Country”, ambas contam com fortes elementos da country music em seus arranjos. Seus momentos de roqueiro são lembrados em “Please”, com uma guitarra altamente influenciada por Stones, e “The Drinkin´ Song”, que conta com violões bem rock n roll. Algo que explora com categoria desde os tempos de seu clássico “Maggie May”. Suas aventuras não param por aí. Rod passeia pela reggae music (“Love And Be Loved”), relembra seus tempos de popstar (“Walking In The Sunshine”), além de trazer diversas baladas.

Novo álbum traz homenagem ao seu filhinho de 4 anos

Em “Another Country” e “Way Back Home”, suas letras apontam para um certo patriotismo. O título do álbum, na real, não tem uma relação com a country music. Nasce do respeito que o músico tem pelas Forças Armadas. Das 12 faixas presentes, 11 contam com a mãozinha de Rod Stewart na composição.  Em “Batman Superman Spiderman”, Rod faz uma homenagem à Aiden Patrick Stewart. Seu oitavo filho, nascido em 2011. O cantor costumava ler historinhas para o garoto dormir e esses são seus heróis favoritos. A maior parte das letras, contudo, falam sobre amor. Muitas vezes de maneira bem direta, sem medo de soar piegas.

A qualidade de seu trabalho sempre foi alta e aqui não é diferente. Os arranjos são bem resolvidos. Qualidade de gravação é impecável. E sua voz continua impactante. Contudo, como já disse, não é um trabalho resgatando seus tempos de roqueiro. Não espere um disco de rock n roll com guitarras e mais guitarras. Simplesmente, não é o caso. Entretanto, Another Country é um álbum bonito e agradará quem acompanha sua carreira de perto.

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Variado

Faixas:
      01)   Love Is
      02)   Please
      03)   Walking In The Sunshine
      04)   Love And Beloved
      05)   We Can Win
      06)   Another Country
      07)   Way Back Home
      08)   Can We Stay Home Tonight?
      09)   Batman Superman Spiderman
      10)   The Drinking Song
      11)   Hold The Line 
      12)   A Friend For Life

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Ensiferum – One Man Army (2015)

Por Rafael Menegueti

Ensiferum - One Man Army
Há 20 anos, o Ensiferum vem se firmando como uma das mais criativas e variadas bandas da cena do metal escandinavo. Os finlandeses formam sua sonoridade com uma mistura de elementos do folk, viking, power e death metal. A cada álbum a banda parece levar sua criatividade a um novo patamar. Em seu sexto disco de estúdio, “One Man Army”, não foi diferente.

Muitas pessoas costumam achar que essas vertentes do metal, que usam temáticas como o paganismo e uma forte influência de seus ritmos tradicionais, além do visual que inclui figurinos de época muitas vezes, uma bobagem. O que se deve lembrar é que isso é apenas uma manifestação cultural desses povos, que tem orgulho de sua historia e buscam mantê-la viva aliando ao metal, um estilo que é difundido o mundo todo (e é extremamente popular por lá). Portanto não há bobagem alguma em tratar-se de algo que une o tradicional com o divertido. E o Ensiferum consegue explorar isso muito bem.

A banda cria composições épicas fazendo uso de momentos variados com velocidade e peso, e melodias típicas da musicalidade escandinava. “One Man Army” tem um pé cada vez mais enfiado no folk. Algumas orquestrações e o uso de coral criaram uma atmosfera grandiosa ao trabalho. Os riffs de guitarra transitam bem entre os versos, as vezes rapidamente, como em “Axe of Judgement”, “Two of Spades” ou “One Man Army”, ou em melodias mais cadenciadas, nos casos de cancões como “Heathen Horde”, “Warrior Without a War”, “My Ancestor’s Blood” e na épica “Cry for the Earth Bounds”.

Os membros do Ensiferum
Falando em epicidade, os onze minutos de “Descendants, Defiance, Domination” não ficam atrás nesse sentido. A faixa oferece alguns momentos de flerte com o progressivo e um ótimo trabalho vocal. O que me lembra que esse é outro ponto forte do disco. A banda soube aproveitar as diferentes formas e timbres de suas vozes, já que basicamente todos os integrantes contribuem nos vocais de alguma forma. O baixista Sami Hinkka com uma mistura de guturais e voz limpa, o guitarrista Petri Lindroos  na voz principal gutural, o guitarrista Markus Toivonen com a voz limpa e a tecladista Emmi Silvennoinen com vocais femininos. Emmi, aliás, se provou uma das melhores coisas que aconteceram na banda, pois seus arranjos de teclado e voz ofereceram ainda mais variedade à atmosfera da banda desde sua entrada, em 2009.

Quem se deparar com a versão especial do disco, ainda irá conferir algumas faixas bônus bacanas, como a versão em inglês da curiosa faixa folk “Neito Pohjolan”, que encerra o disco na versão original em finlandês, uma cover da banda Barathrum (“War Metal”) e uma divertida faixa chamada “Bonus Song”, que tem uma letra que tira sarro exatamente dos clichês comuns do estilo, mas com um instrumental excelente. E essa é a marca do Ensiferum, uma banda que sabe usar bem os elementos dos estilos que se propõe a fazer, e ainda consegue tornar divertido e original aqueles velhos clichês que os fãs do gênero tanto adoram. “One Man Army” fica sendo, então, uma ótima apresentação daquilo que o metal escandinavo está cansado de nos mostrar.


Nota: 9/10
Status: Ousado

Faixas:
01. March of War
02. Axe of Judgement
03. Heathen Horde
04. One Man Army
05. Burden of the Fallen
06. Warrior Without a War
07. Cry for the Earth Bounds
08. Two of Spades
09. My Ancestors' Blood
10. Descendants, Defiance, Domination
11. Neito Pohjolan
12. Rawhide (bônus)
13. Warmetal (bônus)
14. Candour and Lies (bônus)
15. Bonus Song (bônus)

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Bryan Adams – Get Up (2015):



Por Davi Pascale

Bryan Adams chega ao seu décimo-terceiro álbum. Com produção de Jeff Lynne (Electric Light Orchestra), artista entrega álbum retrô misturando a sonoridade que fazia nos anos 80 com uma pegada anos 50/60. Seu melhor disco nos últimos anos.

Durante os anos 80 e início dos anos 90, o artista canadense era tido como um hitmaker. Cada vez que lançava um disco, era certeza que pelo menos umas 3 faixas iriam para as rádios. Infelizmente, o mundo foi mudando, a sonoridade das rádios foi mudando e muitos artistas extremamente talentosos – como Prince, Billy Idol e o próprio Bryan, somente para citar alguns – acabaram perdendo seu espaço na grande mídia.

Durante os anos, aventurou-se em todos os universos que seu som permite. Gravou álbuns acústicos, fez experimentações com eletrônico. Aparentemente, o rapaz quer reconquistar aquela moçada que o seguia nos anos 80 e 90. Embora seja um trabalho de composições inéditas, o CD tem um ‘q’ de nostalgia.

O cantor/compositor segue sua velha fórmula de misturar rocks suaves com baladas. A festiva “Do What You Gotta Do” e o rock “Go Down Rockin´” nos dá a sensação de entrarmos no velho De Lorean de Marty McFly e cairmos no ano de 1984, quando o músico lançou seu clássico LP Reckless. Suas marcas principais estão aqui. Seus riffs simples e marcantes, seus refrões grudentos.

Musico canadense aposta em álbum retrô

Entretanto, as mãos de Jeff Lynne trouxe algumas peculiaridades ao seu som. O lendário músico, responsável pela produção do novo álbum, trouxe elementos dos anos 50 e 60 e os colocou em bastante evidência nas canções do rapaz. O rock “You Belong To Me” aponta para uma pegada mais rockabilly. “That´s Rock n´ Roll” traz o refrão marcado por palmas, como os Beatles faziam em seus primeiros anos. A balada “Don´t Even Try” poderia ter sido gravada por Roy Orbison, caso esse estivesse vivo.

Aliás, o rapaz parece continuar não se incomodando com a presença de baladas e entrega mais duas aqui: “We Did It All” e “Yesterday Was Just a Dream”. A influência de Lynne é sentida nos violões e nas slide guitar. Sem problemas, ambos são feras nesse universo. No final do álbum, temos Bryan interpretando 4 músicas somente com violão e voz. Bacana, mas sem o brilho das versões anteriores.

As composições são excelentes, o disco é muito bem feito. Se você curtiu nas suas fitinhas cassetes sons como “It´s Only Love”, “Somebody” e “Summer of ´69” ou curtiu em bailinhos sons como “Heaven”, “Please, Forgive Me” e “Everything I Do (I Do It For You)”, tem de tudo para gostar desse CD. Seu melhor disco desde 18 Til I Die (1996).

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Nostalgico

Faixas:
      01)   You Belong To Me
      02)   Go Down Rockin´
      03)   We Did It All  
      04)   That´s Rock n´ Roll
      05)   Don´t Even Try
      06)   Do What You Gotta Do
      07)   Thunderbolt
      08)   Yesterday Was Just a Dream
      09)   Brand New Day
      10)   Don´t Even Try (Acústico)
      11)   We Did It All (Acústico)
      12)   You Belong To Me (Acústico) 
      13)   Brand New Day (Acústico)

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Música comentada: U2 – Sunday Bloody Sunday

Por Rafael Menegueti

Os membros do U2 em foto de 1983
Em 1983, o U2 lançou seu terceiro álbum, “War”, que ajudou a banda a alçar voos ainda maiores. Foi o primeiro disco da banda a alcançar o primeiro lugar das paradas britânicas, tirando “Thriller”, do Michael Jackson, da posição. Nesse álbum está um dos hits definitivos do grupo, “Sunday Bloody Sunday”. “War” trata-se de um álbum mais politizado e com um uma forte crítica em seu conceito.

A banda enxergava a guerra como um tema central para a época em que viviam. “Sunday Bloody Sunday” era a faixa que abria o disco, e era inspirada nos horrores de uma das datas mais marcantes da historia da Irlanda do Norte, o “domingo sangrento”. Ocorreu no dia 30 de janeiro de 1972, quando tropas militares britânicas atacaram manifestantes dos direitos civis na cidade de Derry. O motivo das manifestações eram as duras medidas do governo irlandês para combater o grupo terrorista IRA (Irish Republican Army), ordenando a prisão de qualquer pessoa suspeita por atos terroristas. 14 manifestantes foram mortos (entre eles seis menores de idade) e outras 26 ficaram feridas.

A música, carregada pelo ritmo da bateria que remete a uma marcha militar aliada aos dedilhados e riffs de The Edge na guitarra, ganhou muita popularidade ao ser lançada como o terceiro single do disco, em março de 1983. Ela segue sendo um dos clássicos definitivos e essencial em todos os shows da banda irlandesa. Também acabou sendo eleita uma das 500 melhores canções de todos os tempos pela Rolling Stone.


I can't believe the news today
I can't close my eyes, make them go away

How long?
How long must we sing this song?
How long
How long?
Tonight we can be as one
Tonight

Broken bottles under children's feet
And bodies strewn across a dead end street
But I won't heed the battle call
It puts my back up, puts my back up
Against the wall!

Sunday, bloody sunday

And the battles just begun
There's many lost
But tell me who has won?
The trenches dug within our hearts
And mothers, children, brothers, sisters torn apart

Wipe the tears of your eyes
Wipe your tears away
Wipe your tears away
Wipe bloodshot eyes

And it's true we are immune
When fact is fiction and TV is reality
And today the millions cry
We eat and drink while tomorrow they die
The real battle just begun
To claim the victory Jesus won
On a sunday, bloody sunday

Não posso acreditar nas notícias de hoje
Oh, não posso fechar os olhos e fazê-las desaparecer

Quanto tempo?
Quanto tempo teremos de cantar essa canção?
Quanto tempo
Quanto tempo?
Esta noite podemos ser como um
Hoje à noite

Garrafas quebradas sob os pés das crianças
Corpos espalhados num beco sem saída
Mas não vou atender ao clamor da batalha
Ele me encurrala, me encurrala
Contra a parede

Domingo, domingo sangrento

E a batalha apenas começou
Há muitas perdas
Mas me diga quem ganhou?
Trincheiras cavadas dentro dos nossos corações
E mães, crianças, irmãos, irmãs separados

Enxugue as lágrimas dos seus olhos
Enxugue suas lágrimas
Enxugue suas lágrimas
Enxugue seus olhos sangrentos

E é verdade que somos imunes
Quando o fato é ficção e a tv realidade
E hoje milhões choram
Nós comemos e bebemos enquanto amanhã eles morrem
A verdadeira batalha começou
Para reivindicar a vitória que Jesus conquistou
Num domingo, domingo sangrento