quinta-feira, 30 de abril de 2015

Discografia comentada: Nemesea

Por Rafael Menegueti


Hoje decidi falar sobre mais uma banda pouco conhecida por aqui da cena do metal holandês com vocal feminino, o Nemesea. A banda já tem mais de 10 anos de estrada, mas apenas 3 álbuns de estúdio (o mais recente de 2011) e um ao vivo. No entanto, o que me chamou a atenção foi o fato de o som deles ser bem simples e evoluído consideravelmente de um trabalho para o outro. E para alegria de seus fãs, eles estão preparando um novo disco.

O grupo foi fundado pela vocalista Manda Ophius e pelo guitarrista Hendrik Jan de Jong, conhecido como HJ, em 2003. A princípio, a banda fazia metal sinfônico. Dentre as varias mudanças de formação, o único membro que segue desde o principio na banda além de Manda e HJ é o baixista Sonny Onderwater.

Mana (2004)


O primeiro disco da banda foi lançado por uma gravadora pequena e mostrava uma banda com uma sonoridade mais sombria e voltada para o gothic/symphonic metal. As composições são boas, mesmo não sendo tão elaboradas quanto um disco desse tipo costuma ser. A banda abusa do uso de teclado e corais, os riffs de guitarra são envolventes e os vocais de Manda são afinados e sem muito rodeio. A simplicidade valeu os elogios que o disco recebeu. Destaques: Threefold Law, Angel In The Dark, Lucifer.


In Control (2007)


Depois de flertar com algumas gravadoras maiores, a banda decidiu lançar seu segundo disco através do sistema de crowdfunding do site holandês Sellaband. A iniciativa foi muito bem sucedida, e a banda conseguiu um número recorde de doações, lançando então seu segundo disco, “In Control”. Diferente de "Mana", a banda deixou de lado as influências de metal sinfônico de bandas como After Forever e Nightwish, partindo para uma sonoridade mais voltada ao gothic rock e com forte uso de sintetizadores. As canções continuam simples, mas agora um pouco mais radiofônicas. Apesar de tudo, “In Control” soa muito pouco ousado e é menos marcante, mas já mostra uma banda caminhando positivamente em direção de sua própria proposta músical. O disco ainda conta com a inusitada participação do cantor havaiano Jake Kongaika, mais conhecido como Cubworld, na faixa “The Way I Feel”. Destaques: No More, The Way I Feel, Remember.


Pure: Live @ P3 (2009)


Após o começo promissor a banda lançou seu primeiro CD ao vivo. “Pure: Live @ P3” contem faixas gravadas nas apresentações dos dias 02 e 03 de julho de 2009, na cidade de Purmerend, na Holanda. O show teve uma inovação na engenharia de som, ao ser realizado em surround 7.0, um projeto em parceria com estudantes de uma universidade de artes de Utrecht. No CD estão versões ao vivo de todas as faixas do álbum “In Control”, alguns improvisos instrumentais e uma cover de “No Good (Start the Dance)” do Prodigy. Apenas duas faixas do primeiro disco, “Mana”, aparecem no CD, “Lucifer” e “Angel In the Dark”.


The Quiet Resistance (2011)


O mais recente disco da banda saiu em 2011. “The Quiet Resistance” foi o primeiro disco da banda após assinar com a gravadora austríaca Napalm Records, e a evolução que a banda mostra nele é considerável. Nele a banda finalmente conseguiu dar uma cara mais potente e empolgante às suas composições, mesmo com a simplicidade característica do grupo. As faixas transitam bem entre canções mais melodiosas, com influencias que iam do rock alternativo ao metal industrial. Aqui os sintetizadores e teclados conseguem dividir bem o papel de carregar as músicas com a guitarra de HJ, e os vocais de Manda estão com uma personalidade própria. O disco ainda conta com as participações especiais de Charlotte Wessels (Delain), na faixa “High Enough”, e Heli Reissenweber (Stahlzeit, uma banda cover do Rammstein), na ótima “Allein”. Destaques: Caught In the Middle, Afterlife, High Enough, Say, Allein.