terça-feira, 10 de novembro de 2015

Draconian – Sovran (2015)

Por Rafael Menegueti

Draconian - Sovran
Um erro comum que algumas pessoas cometem às vezes é a velha confusão de definir algumas bandas sinfônicas como metal gótico. Dentre as que as vezes são erroneamente colocadas nesse grupo posso citar Nightwish, Epica, Delain, Within Temptation, entre outras. Nenhuma delas é gothic metal de fato. Então hoje irei falar de uma banda que realmente se enquadra muito bem nesse gênero, o Draconian.

Essa banda sueca formada em 1994 está lançando seu sexto álbum de estúdio, “Sovran”, onde mais uma vez se mostra uma das melhores bandas do gênero. Nesse disco eles estreiam sua nova vocalista, a sul-africana Heike Langhans, que tem a difícil tarefa de substituir Lisa Johansson, que desde o primeiro disco da banda (“Where Lovers Mourn, de 2003) era um dos maiores pilares da sonoridade e identidade do grupo. E a garota mandou bem.

A fórmula da banda é bem tradicional dentro do gothic metal. Canções melancólicas, quase sempre com um andamento mais lento, quase arrastado, vindo da influência com o doom metal que combina tanto com o estilo. Os vocais são em dupla, com a voz feminina e o gutural masculino, feito por Anders Jacobsson, mais uma vez se intercalando e criando o contraste de leveza e agressividade. Nada muito anormal, essa já é uma característica bem comum dentre as bandas do gênero.

Os membros do Draconian
As composições, no entanto, estão um pouco mais refinadas do que o grupo apresentou em seu trabalho antecessor, “A Rose for the Apocalypse” (2011). Com a maioria das músicas sendo composta por uma sequencia de riffs simples, carregando um sentimentalismo imenso nas levadas, a atmosfera de melancolia é o pano de fundo das belas melodias, acentuadas ainda mais pelo belo trabalho vocal já citado. Um clima sempre sombrio, que dá um ar dramático ao trabalho. Nada define “gótico” melhor.

As músicas são longas, todas entre 6 e 9 minutos, e mostram uma boa coesão entre os integrantes. É até difícil apontar as melhores, visto que todas tem alguma coisa na qual se destacam, mas dentre as que mais me agradaram estão “Heavy Lies the Crown”, “The Wretched Tide”, “Stellar Tombs”, “Dishearter” e “The Marriage of Attaris”. Mas a que rouba a cena mesmo é “Rivers Between Us”, que conta com a participação especial de Daniel Anghede (Astroqueen, Crippled Black Phoenix) nos vocais limpos interagindo com Heike.

No seu retorno depois de alguns anos, e com uma nova voz como destaque, o Draconian entregou um excelente disco dentro do que seu gênero define. Bem alinhada e com um ótimo feeling para composições formadas por belas melodias sobre angustia e amor, a banda faz jus ao gothic metal como poucas tem feito. Um prato cheio para os fãs do estilo, que sempre são fieis dentro da cena.


Nota: 9/10
Status: Sentimental e sombrio

Faixas:
1. Heavy Lies the Crown
2. The Wretched Tide
3. Pale Tortured Blue
4. Stellar Tombs
5. No Lonelier Star
6. Dusk Mariner
7. Dishearten
8. Rivers Between Us
9. The Marriage of Attaris