sábado, 30 de abril de 2016

Noticias do Rock



Fique por dentro das principais noticias da semana. Fique por dentro de novos discos, novos projetos e muito mais!


Nando Reis participará de projeto internacional


Levee Walkers é o nome do novo projeto de Barrett Martin (Screaming Trees), Mike McReady (Pearl Jam) e Duff McKagan (Guns n Roses). O projeto é um pouco diferente porque não tem um cantor fixo. Estão participando diferentes artistas de diferentes partes do mundo. Martin esteve na rádio de Seattle, KISW, essa semana e declarou: “É um pouco político. Queremos mostrar que o rock é universal. Não é algo limitado ao inglês, nem aos Estados Unidos e Europa”. O músico foi mais além: “Estivemos na América do Sul e o rock lá é enorme. Queremos pessoas cantando em espanhol e português do Brasil”. 4 nomes já foram confirmados:  Ayron Jones, Raquel Sofia, Danko Jones e o cantor Nando Reis. Bem legal...


Neil Young lançará álbum com participação de animais


Não, eu não pirei. É exatamente isso que você leu. O veterano Neil Young lançará um novo álbum chamado Earth no dia 17 de Junho. O disco trará 13 regravações e 1 faixa inédita. Em entrevista à Classic Rock, o músico declarou: “Através de 98 minutos, Earth faz uma retrospectiva da minha vida. Músicas que escrevi sobre vivermos juntos nesse planeta”. O mais intrigante, contudo, foi quando comentou: “Nosso reino animal estará representado também. Animais, insetos, pássaros, mamíferos, participarão das músicas em alguns momentos”. No mínimo, curioso. 


Mikkey Dee excursionará com o Scorpions


A próxima etapa americana da tour do Scorpions não contará com a presença de James Kotakk. O baterista do grupo está em um tratamento intensivo para tentar largar as bebidas. Provavelmente, o rapaz tomou um susto após ter sido preso em Dubai, em 2014, por ter xingado o Islã e feito gestos obscenos à inúmeros passageiros durante seus ataques de bebedeira. Para seu lugar foi convocado o lendário Mikkey Dee (Motorhead). Curioso para ver como essa parceria irá funcionar.


Delain faz campanha para gravar álbum ao vivo


Em 2016, se completa dez anos que o Delain lançou seu debut, Lucidity. Os músicos resolveram celebrar a data. A banda fará um show no Paradiso (Amsterdam) no dia 10 de Dezembro para comemorar o aniversário da banda. A apresentação será gravada e chegará ao mercado no próximo ano em CD, DVD, Blu-ray, LP e formato digital. Para isso, contudo, eles inauguraram uma campanha crowdfunding. Os músicos prometem doar 15% do dinheiro arrecadado à instituição Sophie Lancaster Foundation. Segue o link para quem tiver interesse http://www.pledgemusic.com/projects/delain10thanniversary


Nightwish ficará inativo em 2017


O tecladista Tuomas Holopainen declarou em recente entrevista ao Blabbermouth que ele já tem planos para o Nightwish até 2020, mas que não revelará todos os detalhes ainda. Segundo o músico, o ultimo show da turnê ocorre em Outubro e a banda entrará em um hiato em 2017, voltando às atividades em 2018. Tuomas declarou que nesse meio tempo não irá se envolver com música. “Pretendo dar um tempo, ficar em casa cuidando do jardim, do cavalo”...

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Álbuns Clássicos: Marillion – Misplaced Childhood (1985):



Por Davi Pascale

Em 17 de Junho de 1985 chegava às lojas o terceiro LP do grupo Marillion. Não era um momento muito bom para o rock progressivo. Foi um grande ano para a música pop. Foi o ano de estreia da VH1. O ano em que canções como “Shout” (Tears For Fears), “Take On Me” (A-ha) e “I Want To Know What Love Is” (Foreigner) dominaram as paradas. Mas para a cena prog era um período complicado. Vários artistas haviam caído no esquecimento. Os que haviam sobrevivido (Rush, Genesis e Yes) haviam adaptado seu som à linguagem da nova era, com arranjos menos complexos, forte presença de sintetizadores, uma pegada mais comercial

Só que o universo da música é totalmente imprevisível. Quando ninguém bota mais fé, algo acontece. E foi exatamente isso o que aconteceu com o Marillion. Misplaced Childhood foi para o topo das paradas, graças ao megahit “Kayleigh”. Apesar da faixa em questão ser uma balada com acento pop, o disco, contudo, não era exatamente comercial. Não era um disco de hits. Pelo contrário, trata-se de um trabalho conceitual, com músicas interligadas, diversas quebradas de tempo. Até havia uma influência pop, mas era bem mais sutil do que os demais grandes grupos vinham fazendo naquele momento. Fish, cantor da banda na época, costumava dizer que o disco tinha duas músicas: lado A e lado B.

Aliás, o conceito do álbum nasceu da cabeça dele. Para ser mais exato, em uma ‘viagem’ dele. A visão veio durante uma viagem de ácido, conforme reconheceu o músico. O disco, como disse, é conceitual. Conta a história de um garoto que tem sua história marcada por tragédias, como a morte de um de seus melhores amigos, e se vê tendo que aprender a lidar com sentimentos fortes como depressão e angústia. O garoto aparece na capa do disco conforme surgiu na mente de Fish durante sua viagem lisérgica: vestido de soldadinho.

Embora a história seja fictícia, Fish inseriu alguns elementos autobiográficos na narrativa. “Kayleigh” fala sobre lidar com o fim de um forte relacionamento. O nome é inspirado no nome de uma de suas ex-namoradas, Kay Lee. Outro exemplo é “Heart of Lothian”. Aqui, o cantor declara “I was born with the heart of Lothian”. Pois bem... O cantor é escocês e nasceu em uma região chamada Midlothian. Coincidência? Na verdade, não...

Álbum traz um de seus maiores sucessos comerciais

Durante muito tempo, o grupo foi perseguido e acusado de ser uma espécie de Genesis de segunda categoria. Pura implicância. Os músicos são muito bons! Sim, Genesis (fase Peter Gabriel) é uma de suas influências. Mas a banda era mais do que isso. Havia referência de outras bandas em seu som, como Pink Floyd, por exemplo. Mas sabe como é, imprensa adora pegar no pé de quem faz sucesso.

O material foi gravado no Hansa Tonstudio em Berlim e contou com a produção de Chris Kinsey (Rolling Stones, Peter Frampton, Jimmy Cliff). Tudo foi programado, estudado por A+B. Os músicos queriam o disco perfeito. A história, obviamente, tinha que ter sentido, mas as passagens instrumentais também. Mudanças eram feitas à todo momento. “Lords Of The Backstage”, por exemplo, havia sido criada para ser uma sequência de “Lavender”, mas no ultimo segundo, foi decidido que ela deveria seguir “Waterhole”. Decisão que obrigou Mark à ter que criar novos elementos aos 45 do segundo tempo.

Misplaced Childhood é um belíssimo álbum. Fish dá um show à parte em sua interpretação vocal. Steve Rothery (guitarra) e Mark Kelly (teclados) também roubam à cena. São os principais responsáveis por toda a atmosfera do LP.  A banda está de volta ao Brasil. Se apresentam hoje em São Paulo, para sermos mais exatos. Se você quer se iniciar na obra da banda e não sabe por onde começar, essa pode ser uma ótima porta de entrada. Faixas de destaque: “Kayleigh”, “Lavender”, “Childhood´s End” e “Bitter Suite”.

Faixas:
      01)   Pseudo Silk Kimono
      02)   Kayleigh
      03)   Lavender
      04)   Bitter Suite
      05)   Heart of Lothian
      06)   Waterhole (Expresso Bong)
      07)   Lords of The Backstage
      08)   Blind Curve
      09)   Childhoods End 
      10)   White Feather

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Ana Cañas – Tô Na Vida (2015):



Por Davi Pascale

Ana Cañas durante muito tempo foi vendida como uma artista de MPB. A primeira vez que ouvi falar dela foi totalmente por acaso. Tinha ido assistir uma apresentação do músico George Israel (Kid Abelha) no Club A em São Paulo e lembro que ela cantou algumas músicas no dia. Com boa presença de palco e ótimo domínio vocal, a moça encantou os presentes.

Recentemente, assisti novamente Ana ao vivo. Dessa vez, em um show no Sesc Santo André. Um show só seu, focando sua nova fase. Mais uma vez, o público saiu encantado. Cheia de atitude, irreverente, com garra, voz incrivelmente forte, mostrou em primeira mão o repertório de seu até então recém-lançado Tô Na Vida. Na época, escrevi sobre o show. Agora que o disco está retornando ao mercado no formato de vinil, resolvi escrever sobre o disco.

Em seu quinto álbum, a cantora foca no rock. O som não é tão pesado quanto seu show. Se nas suas apresentações, a guitarra distorcida de Lucio Maia chama a atenção junto com seu vocal rasgado, aqui as distorções são bem mais sutis e em muitos momentos temos o violão falando mais alto do que tudo. Traz uma sonoridade mais clean. Seu trabalho vocal também é mais tranquilo, mais suave.

Algumas mudanças marcam esse trabalho. Primeiro de tudo, o lado interprete ficou para trás. Ana Cañas assina sozinha 9 das 14 faixas do disco. As outras são parcerias com Arnaldo Antunes, Dadi e Pedro Luis. Com isso, o disco ganhou uma unidade maior. Eu particularmente sempre gostei de seus discos. Sempre fez um trabalho com qualidade lá em cima. Mas em seus primeiros discos, atirava para diferentes territórios. Você poderia encontrar um rock e um jazz no mesmo trabalho. Isso não acontece aqui. A sonoridade pop/rock segue por todo o álbum.

A influência da MPB permanece. Isso não é ruim e nem faz com que seu rock seja questionável. Apenas, mais brasileiro. Existem algumas artistas que são difíceis de rotular. Se você chamar de rock, estará certo. Se chamar de pop, estará certo. Se chamar de MPB, também estará certo. Rita Lee é um grande exemplo disso, Marina Lima é outro exemplo, Cássia Eller era outro. A moça vai por esse caminho...

Baladas pop/rock marcam novo disco da cantora

Tô Na Vida é um álbum que tem bastante personalidade. O que acaba sendo incrível em um registro que inaugura uma nova etapa de sua carreira. Normalmente, os artistas demoram 2 ou 3 discos para definirem seu som.

“Existe” começa o disco de maneira forte com um bom refrão e um ótimo solo hendrixiano. “Tô Na Vida” conta com uma forte influência soul e gruda na memória por dias. “Hoje Nunca Mais” é uma balada que poderia estar presente em Volta. A faixa seguinte “O Som do Osso” já traz uma pegada mais rock n roll, com as guitarras crescendo no refrão. “Indivisível” mantém a pegada roqueira, ao mesmo tempo em que inova ao trazer um vocal declamado nos versos. “Coisa Deus” mantém o nível lá em cima com uma pegada electro-acústico e influência flamenca.

Depois da balada “Bandido”, a cantora volta a empolgar em “Feita de Fim”. Aqui traz a cantora mais solta, acompanhada de uma boa linha de baixo. Em “Um Dois Um Só” reduz, mais uma vez a pegada, em uma balada climática que poderia facilmente estar bombando na trilha de alguma novela Brasil afora. A artista mantém o clima mais relax na bonita “Amor e a Dor” para depois explodir no rock “Mulher”. Versos como “sou preta, sou branca, sagrada profana, sou puta, sou santa, mulher” e “sou gata de rua, noite na lua, fico na sua, nua” deixa escancarada a influência de Rita Lee em seu trabalho. O álbum segue forte com a ótima “Pra Machucar” e encerra com “Madrugada Quer Você”, mais uma vez chamando a atenção com um mais um ótimo solo de Lucio Maia. O CD ainda conta com o bônus de “O Amor Venceu”, uma balada com uma pegada folk que nos remete aos seus trabalhos iniciais.

Na imagem de capa, a bonita cantora está nua, pensativa. Reflete bem o disco. Desnuda, livre de amarras, começando um novo momento. Como disse anteriormente, a sonoridade do disco não é pesada, tem um q comercial, mas conta com várias faixas extremamente bem resolvidas. Para quem curte um som mais clean, o disco é uma ótima pedida.  

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Bem definido

Faixas:
      01)   Existe
      02)   Tô Na Vida
      03)   Hoje Nunca Mais
      04)   O Som Do Osso
      05)   Indivisível
      06)   Coisa Deus
      07)   Bandido
      08)   Feita De Fim
      09)   Um Dois Um Só
      10)   Amor E Dor
      11)   Mulher
      12)   Pra Machucar
      13)   Madrugada Quer Você
14)   O Amor Venceu (Bonus CD)

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Simple Minds – Celebrate: Live At The SSO Hydro Glasgow (2014):



Por Davi Pascale

Há muitos anos que os fãs do Simple Minds esperavam por isso. Principalmente, por um novo vídeo ao vivo. Até hoje só existia a famosa apresentação em Verona, e os caras já tem quase 40 anos de estrada. E eles fizeram valer a espera.

A produção é caprichada. Juntaram no mesmo pacote o CD duplo e o DVD. Sim, saiu desse jeitinho aqui no Brasil. Existe a edição em blu-ray, mas não tenho certeza se acompanha o disco ao vivo. Quem for optar por esse formato, vale dar uma pesquisada antes.

O show foi gravado em 2013, em Glasgow. Na época, estavam celebrando 35 anos de banda. O mais inacreditável é que o profissionalismo continua o mesmo. Para quem curte o grupo, assisti-los ao vivo continua sendo uma experiência bem interessante. A apresentação é super profissional. Os músicos estão afiadíssimos. Jim Kerr não tem mais aquele cabelo volumoso da década de 80, mas está com a voz em dia. O nome não poderia ser mais apropriado. O que temos aqui é justamente isso. Uma celebração. Os caras entregam hit atrás de hit diante de um público extremamente fiel e animado. Clima de festa total.

O material sucedeu uma coletânea tripla de mesmo nome. Entretanto, vale lembrar que o setlist dos rapazes não é tão abrangente quanto o best of. Na compilação de 2013, toda a carreira dos músicos foi passada a limpo. Aqui no show, foi privilegiada a fase que vai de 1981 à 1991. Nem mesmo o hit “She´s a River” (Good News From The Next World) que costumam tocar nos shows, aparece por aqui. Só há duas músicas que não são desse período: “Broken Glass Park” e “Big Music”, uma amostra do que estava por vir. Ambas estariam presentes no álbum que seria lançado em seguida e que atende pelo nome de Big Music.

Banda revive sucessos dos anos 80 em novo trabalho ao vivo

Apesar de estarem diante de uma arena lotada, e contar com uma ótima iluminação, a produção de palco é simples. Os músicos, contudo, parecem estar bem confortáveis no palco. Também vale lembrar que o show aqui é mais direto. Quem conhece os shows do Simple Minds, sabe que os músicos costumam fazer apresentações longas. Normalmente, em torno de 2 horas e meia. Já vi alguns fãs reclamando na internet de que algumas músicas foram cortadas e isso deve ser verdade. O show tem uma hora e meia cravada.

A qualidade de gravação está impecável. Tanto na parte de áudio, quanto na parte de imagem. Seus grandes hits dos anos 80 estão todos aqui: “All The Things She Said”, “Promised You a Miracle”, “Mandela Day”, “The Love Song”, “Don´t You Forget About Me”, “Alive And Kicking”. Sério mesmo, os fãs das antigas não têm do que reclamar. Showzaço!

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Profissional

Faixas CD / DVD:
      01)   Intro
      02)   Waterfront
      03)   Broken Glass Park
      04)   I Travel
      05)   All The Things She Said
      06)   Promised You a Miracle
      07)   Glittering Prize
      08)   Theme For Great Cities
      09)   Mandela Day
      10)   Someday Somewhere In Summertime
      11)   The American
      12)   Love Song
      13)   See The Lights
      14)   Don´t You (Forget About Me)
      15)   New Gold Dream (81, 82, 83, 84)
      16)   Big Music
      17)   Sanctify Yourself 
      18)   Alive And Kicking

terça-feira, 26 de abril de 2016

Dead Daisies – Revolución (2015):





Por Davi Pascale

Dead Daisies tem um conceito diferente. Criado em 2012, pelo guitarrista David Lowy e o cantor Jon Stevens, a ideia não é ser uma formação fixa, mas sim rotativa. Ou seja, de tempos em tempos, mudam-se os integrantes, mas se mantém o ideal: fazer hard rock altamente influenciado pelos anos 70 com uma pitada do início dos anos 80.

As formações são praticamente supergroups. Grandes nomes como John Tempesta (Testament, Exodus) e Darryl Jones (Rolling Stones) já passaram por aqui. Nesse álbum de 2015, o cast era: John Corabi (Motley Crue, Union) nos vocais, David Lowy na guitarra base, Richard Fortus (Guns n´ Roses) na guitarra solo, Marco Mendoza (Black Star Riders, Thin Lizzy) no baixo, Dizzy Reed (Guns n´ Roses) no teclado e Brian Tichy (Whitesnake, Pride & Glory) na bateria.

Os caras realmente entregam o que prometem. O que temos aqui é um hard rock no seu princípio mais básico. Refrãos pegajosos, excelentes riffs com altas referências de blues/soul, bateria reta, vocal contagiante.

A maior parte do material é autoral. Temos 2 covers aqui: “Midnight Moses” (The Sensational Alex Harvey Band) e “Evil”. Sim, o velho blues de Howlin´ Wolf com uma dose extra de peso. Não dá para dizer que a ideia de reviver esse som é original porque o Danzig e o Widowmaker fizeram o mesmo nos anos 90, mas a faixa está muito bem gravada e, certamente, é bem divertida.

Supergroup apresenta excelente álbum com referências da década de 70
 
“Looking For The One” é a que contem uma pegada mais bluesy. Curiosamente, a música nasceu da cabeça do tecladista Dizzy Reed e não de algum guitarrista, como é esperado nesse tipo de faixa. “With You And I” conta com uma pegada funkeada, trazendo inclusive o famoso talk box que músicos como Joe Perry (Aerosmith) e Peter Frampton (Humble Pie) tanto gostam. Mas das funkeadas, a que mais me chamou a atenção foi “Get Up, Get Ready” que apresenta uma pegada meio Grand Funk Railroad, meio ‘Purple Come Taste The Band’.

Como todo bom grupo de hard rock, não poderiam faltar as famosas baladas. Temos algumas aqui. Vale destacar a beatle “Sleep” e a power ballad “Something I Said” que conta com um ótimo riff, além de um contagiante coro gospel. Sacada genial!

Muitas bandas dos anos 80, além do hard/glam dos anos 70, também bebiam da fonte do punk. Isso era perceptível em trabalhos de diversos artistas como L.A. Guns, Guns n´ Roses e até mesmo Faster Pussycat. Essa vibe punk aparece com força em “Devil Out Of Time”. Uma sonoridade meia Backyard Babies, para trazer para a linguagem de hoje.

 A faixa de abertura “Mexico” traz um clima de festa, assim como a que encerra a versão digital “Last Night”. Não sei como deixaram essa música de fora do disco físico. Clima Stones total. Dead Daisies entregou um álbum super bem produzido e repleto de faixas que em outros tempos se tornariam hits. Se vocês curte rock dos anos 70 pode ir sem medo de ser feliz.

Nota: 10,0 / 10,0
Status: Empolgante

Faixas:
      01)   Mexico
      02)   Evil
      03)   Looking For The One
      04)   Empty Heart (c/ Jimmy Barnes)
      05)   Make The Best Of It
      06)   Something I Said
      07)   Get Up, Get Ready
      08)   With You And I
      09)   Sleep
      10)   My Time
      11)   Midnight Moses
      12)   Devil Out Of Time
      13)   Critical
      14)   Leave The Truth Behind  
      15)   Last Night

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Anthrax – For All Kings (2016):



Por Davi Pascale

Anthrax chega ao seu décimo primeiro álbum. Contando com a estreia de Jon Donais (Shadows Fall) e os vocais do cultuado Joey Belladonna, músicos entregam álbum pesado e consistente.

Os ícones do thrash metal estão tudo na ativa e, o mais importante, mandando bem. Slayer quebrou tudo em Repentless, Megadeth fez bonito em Dystopia, agora é a vez do Anthrax chamar a atenção com For All Kings. Seu primeiro álbum desde (o bom) Worship Music (2011).

Scott Ian explicou recentemente o título do álbum. “Todo mundo pode ser um rei. Podem ter controle de sua vida. Controlar seu destino. Crescer e se tornar um ser humano respeitável. É no sentido de ser um rei de você mesmo. Assumir responsabilidades, ser responsável por suas merdas”. 

Durante esses 35 anos, muitas mudanças já aconteceram no Anthrax. Mudanças de sonoridade, mudança de formação. Essas mudanças são perceptíveis no novo disco. O disco não é guiado por uma única sonoridade. “You Gotta Believe”, “Evil Twin” e “Zero Tolerance” resgatam a época dos primeiros álbuns. Traz aquela bateria veloz e reta, os vocais narrados, quase raps. Assim como acontecia em “Among The Living”, “Time” e tantas outras canções do período clássico.

Banda lança álbum destruidor

“Breathing Lightining” já aponta para uma pegada mais comercial. Calma, não estou dizendo que eles se tornaram pop, mas conta com uma sonoridade mais moderna e refrão bem fácil de memorizar. Assim como aconteceu em "Fueled". Uma música que poderia facilmente ter um clipzinho na MTV...

Charlie Benante está destruidor nas empolgantes “Suzerain” e “Defend Avenge”. Jon Donais se encaixou como uma luva no disco. Scott e Jon nos entregam ótimos riffs e solos muito bem construídos. Belladonna continua mandando muito bem.  Está muito melhor do que em Worship Music. A razão é óbvia. Essas músicas foram escritas para ele. Musicalmente falando, diria que o disco está no mesmo nível de We´ve Come For You All.

Embora tenha vários elementos que nos remeta aos anos 80, tirando umas 3 ou 4 músicas, a sonoridade não é retrô. Ele não soa como um novo Spreading The Disease ou um novo Among The Living. Soa como a banda provavelmente soaria se Belladonna não tivesse pulado fora depois de Persistence Of Time. Mistura sua sonoridade clássica com uma sonoridade mais moderna. Consigo imaginar John Bush cantando algumas faixas daqui como “This Battle Choose Us” ou “Blood Eagle Wings”, sem fazer muito esforço.

Em resumo, o que temos aqui é o Anthrax entregando um disco de heavy metal empolgante, sem frescuras. Uma banda demonstrando vontade de se reinventar, sem renegar o passado. Pode ir sem medo. Puta disco! Um dos melhores que ouvi esse ano.

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Inspirado

Faixas:
      01)   You Gotta Believe
      02)   Monster At The End
      03)   For All Kings
      04)   Breathing Lightning
      05)   Suzerain
      06)   Evil Twin  
      07)   Blood Eagle Wings
      08)   Defend Avenge
      09)   All Of Them Thieves
      10)   This Battle Chose Us 
      11)   Zero Tolerance

domingo, 24 de abril de 2016

Runaways – As Garotas do Rock (2010):



Por Davi Pascale

Em 2010 foi lançado um filme que contava a história do Runaways, famoso grupo de rock que ajudou a catapultar as cantoras Joan Jett e Lita Ford. Contando com a participação de duas garotas da série Crepúsculo, o filme diverte, mas peca em alguns aspectos.

A banda surge do encontro entre Joan Jett e o famoso produtor musical Kim Fowley, mas a história apresenta algumas modificações. Por exemplo, aqui, demonstra o produtor apresentando a baterista Sandy West à Joan, segundos depois dela se apresentar ao rapaz, como se já conhecesse West. Na história real, Kim só descobriu Sandy duas semanas depois de seu encontro com a guitarrista.

Com roteiro inspirado em Neon Angel: A Memoir of a Runaway, livro escrito pela cantora Cherie Currie, o filme foca mais em Cherie e Joan Jett (produtora executiva do longa). As outras aparecem como coadjuvantes. Inclusive, no final do filme, quando vão comentar o que ocorreu com as garotas, aparece somente sobre as duas e sobre Kim. Ignorando assim, momentos marcantes como a carreira de sucesso de Lita Ford ou a morte de Sandy West, por exemplo.

A película serve para demonstrar um pouco como era a cena da época. As festas regadas à sexo e drogas. A promiscuidade. As falsas promessas. A influência do glam. Além, é claro, da excentricidade do famoso produtor. 

Kristen Stewart é o grande destaque do filme

A baixista Robin é um personagem fictício. Na banda, a responsável pelas 4 cordas era Jackie Fox. A moça aparentemente guarda más recordações da época e alegou que gostaria de ficar de fora do filme. Durante os anos comentou de várias mágoas desse período: abusos de Kim Fowley (ela alega ter sido sedada e estuprada por ele durante seus anos na banda), abusos e humilhações por parte de Ken Smith (roadie), descaso da equipe, falta de grana e brigas internas. Chegou, inclusive, a criar um documentário junto com a sua sucessora Vicki Blue, que atende pelo nome de Edgeplay, comentando das polêmicas. O material foi lançado em 2004 e emputeceu Joan Jett, na ocasião.

Muito se falou nas performances de Dakota Fanning (I Am Sam, Crepúsculo) no papel de Cherie, e de Kristen Stewart (Crepúsculo, O Quarto do Pânico) no papel de Joan Jett. Realmente, a atuação delas é boa e acaba sendo o grande destaque do longa. Especialmente de Kristen que conseguiu resgatar todos os trejeitos da guitarrista.

Infelizmente, como forma de mostrar a história da tão importante banda (embora não tenham um currículo com inúmeros hits, as garotas foram responsáveis por ajudar a derrubar o estereótipo de que meninas não poderiam fazer um som mais pesado), o filme peca. Floria Sigismond, responsável pela direção do filme e criação do roteiro, focou exclusivamente no livro da cantora. Sendo assim, a fase final do grupo é ignorada. E, por consequência, o impacto que causaram na cena. 

The Runaways – As Garotas do Rock diverte. Prende a atenção, mostra um pouco do famoso universo do sexo, drogas e rock n roll. Mostra a importância que Joan Jett teve dentro da banda, mas se você quer saber mais sobre a história do grupo, não será aqui que você se tornará um expert.