quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Elvis Presley – If I Can Dream (2015):



Por Davi Pascale

Disco que traz novas versões das canções de Elvis Presley chegou às lojas no final do ano passado. O resultado é emocionante.

Quem diria que em 2015 teríamos um novo álbum do Elvis Presley chegando às lojas? Pois é, isso só é possível graças à tecnologia. E, claro, ao talento e versatilidade do eterno rei do rock. Sim, versatilidade. Embora seja lembrado, merecidamente, como um dos precursores do rock n roll, o músico nunca se fechou em uma bolha. Dentro de sua extensa discografia, encontramos Elvis cantando baladas, country, blues, música gospel... Me pergunto para que caminho teria ido se estivesse vivo hoje.

A ideia não é tão nova assim. Pegaram uma banda, mexeram nos arranjos, regravaram o instrumental. Isolaram a voz do cantor e misturaram às novas gravações. Temos aqui, Elvis Aaron Presley cantando com a tecnologia dos anos 2000. O resultado é magistral. E pior é que o projeto tem a ver. Elvis adorava esse lance de orquestrações e sua voz casa bem com a proposta. Pode não ser a primeira vez que se utilizam da tecnologia para criarem novas releituras, mas foram poucas as vezes onde o resultado final foi tão positivo.

If I Can Dream é um discaço, mas é recomendado somente para aqueles que conseguem admirar a carreira do rei além dos rocks que gravou nos anos 50. É recomendado, principalmente, à quem curte seu trabalho nos anos 70. A participação da Royal Philharmonic Orchestra trouxe uma nova visão à seus velhos clássicos. Os arranjos não foram descaracterizados, mas foram encorpados. “Elvis nunca estava satisfeito com suas gravações. Se pudesse, tornaria o som mais cheio, adicionaria mais instrumentos”, declara Priscilla Presley, esposa do cantor, no encarte do disco.

Novo álbum emociona ouvinte

Não se trata exatamente de um álbum de rock n roll. As músicas privilegiadas não foram as mais roqueiras. Pelo contrário, a maioria do tracklist é de canções românticas. E a orquestra não age como um complemento. Pelo contrário, é o grande destaque ao lado da voz de Elvis. Das mais agitadas, apenas 2 canções dão as caras por aqui: a sempre alegre “Burning Love”, uma das melhores do disco, e “Steamroller Blues”.

A nova introdução de “Fever” ficou lindíssima, assim como a de “Bridge Over Troubled Water”. Os clássicos “Love Me Tender” e “It´s Now or Never” ganharam uma roupagem ainda mais delicada. “Can´t Help Falling In Love” é outro grande destaque do disco. Canções como “In The Ghetto”, “An American Trilogy” e “If I Can Dream”, tiveram boa parte dos arranjos reproduzido de maneira fiel. A única coisa que me questiono é se havia mesmo a necessidade de forjar um dueto de Elvis Presley com Michael Buble. Não que o rapaz tenha estragado a música, mas...

O trabalho de Elvis é eterno. E o novo álbum reforça essa ideia. 38 anos depois de sua morte, o rapaz continua contemporâneo. Recomendadíssimo!

Nota: 9,0/10,0
Status: Emocionante

Faixas:  
01) Burning Love
      02)   It´s Now or Never
      03)   Love Me Tender
      04)   Fever (c/ Michael Buble)
      05)   Bridge Over Troubled Water
      06)   And The Grass Won´t Pay No Mind
      07)   You´ve Lost That Lovin´ Feelin´
      08)   There´s Always Me
      09)   Can´t Help Falling In Love
      10)   In The Ghetto
      11)   How Great Thou Art
      12)   Steamroller Blues
      13)   An American Trilogy
14)   If I Can Dream