domingo, 5 de junho de 2016

Ted Poley – Beyond The Fade (2016):





Por Davi Pascale

Primeiro vocalista do Danger Danger lança novo trabalho solo. Cantor mantém a áurea oitentista e deve agradar quem acompanhou seu antigo grupo na época.

Talvez muitos de vocês digam... ‘Bah, esse som ficou no passado’. A real é que música não tem prazo de validade e de tempos em tempos os artistas recorrem aos artistas do passado para criarem seu estilo. Atualmente, temos uma ótima leva de artistas bebendo na fonte dos anos 70 (caso de Blues Pills e Rival Sons, só para ficar em alguns), mas também temos vários artistas bebendo na fonte dos anos 80. Especialmente, na região da Suécia. O cantor não está cometendo nenhum crime. Apenas se mantendo fiel às suas origens.

O Danger Danger chegou a fazer bastante sucesso nos seus primeiros álbuns. Nos dois primeiros, o vocalista era justamente o Ted Poley. Fora da mídia, o rapaz não está preocupado em atualizar seu som. Apenas fazer o que curte e, quem sabe, manter seus velhos e fieis seguidores ao seu lado. Trabalho totalmente despretensioso, porém, divertido.

Beyond The Fade é seu primeiro trabalho solo desde Smile (2007). A lógica é mais ou menos a mesma. Continua resgatando aquela sonoridade anos 80 com vocalização à la Journey, refrão melódicos e meio chicletes, bateria simples, sem firulas, aquela sonoridade meio cigarros Hollywood. Sim, os arranjos são repletos de velhos clichês, mas quem se importa...

Ted Poley mantém veia oitentista em novo trabalho

O novo álbum é uma parceria com o selo italiano Frontiers e, conforme esperado, conta com a produção de Alessandro Del Vechio. Tem lançamentos que eles acertam bonito, tem lançamentos que erram feio. Nesse álbum, fizeram bonito. O trabalho é muito mais bem acabado do que Smile. Bateria mais bem gravada, guitarra mais bem timbrada, a veio AOR correndo solta... Uma diferença em relação ao anterior é que o teclado ganhou um pouco mais de evidência.

A tríade inicial traz todo o clima de festa dos anos 80. Teclados de fundo, arranjos extremamente alegres, solos de guitarra bem para cima. Destaque para a ótima faixa de abertura, “Let´s Start Something”, e para “Hands of Love”, uma canção perdida de Joe Lynn Tuner que o cantor resolveu resgatar. “Sirens” e “Higher” também despontam entre os grandes momentos do disco.

O disco é bem sólido, as qualidades meio que se mantém, mas os arranjos vão e vem. Ou seja, em meio às canções festivas, temos as velhas baladas intercaladas. Dentre essas, se destacam “We Are Young” e “Beneath The Stars”. O único ponto baixo do CD fica por conta de “Perfect Crime”. A canção é boa, mas perdeu o brilho com a participação de Issa. Honestamente, achei a voz dela bem chata. Se tivesse ficado só na voz dele, ficaria sensacional.

Beyond The Fade é um ótimo álbum para quem curte o gênero. Ótimos arranjos, ótimo trabalho vocal. Faixas bem bacanas. Se você era fã do Danger Danger ou gosta de bandas como Journey e Bon Jovi (anos 80), vá sem medo! 

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Alto-astral

Faixas:
      01)   Let´s Start Something
      02)   Everything We Are
      03)   Hands of Love
      04)   The Perfect Crime
      05)   Stars
      06)   Higher
      07)   Where I Lost You
      08)   You Won´t See Me Crying
      09)   We Are Young
      10)   Sirens
      11)   Beneath the Stars