terça-feira, 28 de junho de 2016

Yngwie Malmsteen – World On Fire (2016):



Por Davi Pascale

Yngwie Malmsteen acaba de soltar um novo álbum. Disco mantém seu velho estilo e traz o músico se aventurando pela primeira vez como cantor.

Quem viveu os anos 80 e início dos anos 90 lembra-se com clareza do impacto que o guitarrista sueco teve entre os músicos e ouvintes daquela geração. Influencia direta para músicos como Timo Tolkki (Stratovarius), Malmsteen se destacou por trazer referências da musica clássica para dentro do heavy metal e pela enorme velocidade nos momentos dos solos.

Também se destacou pelo seu perfeccionismo, pela sua presença de palco e por trabalhar com grandes músicos. Vários deles ganharam destaque na cena depois de terem trabalhado com o guitarrista. Caso de Mark Boals ou Jeff Scott Soto. E aí entra a primeira a decepção dessa nova fase. Cada vez mais, ele quer fazer tudo sozinho. Em World On Fire, por exemplo, ele escreveu as letras, fez os arranjos, produziu o disco, gravou teclado, violão, baixo, violoncelo, sítar, guitarra e voz. Somente a bateria que ele não se arriscou e deixou a cargo de Mark Ellis. Musico que o acompanha desde 2013. Nick Marino colaborou em alguns teclados, mas não cantou uma nota sequer (é ele quem canta nos shows).

Ninguém duvida da capacidade dele enquanto músico. O cara na guitarra é praticamente um gênio. Utilizar as técnicas que ele utiliza na velocidade em que ele utiliza é algo surreal. Mas, para produção, por exemplo, acho que ele fica a dever. Sonoridade um pouco pobre, em termos de mixagem, para alguém com sua história.

Musico faz estreia nos vocais

Querendo gastar cada vez menos com músicos de apoio, agora ele se aventurou nos vocais também. Ele já tinha gravado voz em algumas faixas antes, mas sempre musicas com uma pegada mais blues. Agora, ele resolveu cantar o material de heavy metal mesmo. No disco, isso não é um grande problema. Ele tem um timbre de voz bacana e é afinado. Até porque são poucas as faixas cantadas. Três, se não me engano. O problema é se ele inventar de assumir o microfone na próxima turnê. Embora cante bem, ele não tem o alcance necessário para reproduzir seus grandes clássicos que o publico sempre espera.

O disco é Yngwie Malmsteen sendo Yngwie Malmsteen. Bateria veloz, solos velozes. A logica musica clássica + heavy metal continua firme e forte. Aposta cada vez mais em faixas instrumentais. As músicas são boas, mas nenhuma tem a força para se tornar uma nova “Black Star” ou uma nova “Far Beyond The Sun”.

É um trabalho bacana de se ouvir, sem duvidas, mas longe do brilho de álbuns como Seventh Sign, Trilogy ou Odyssey. Em um próximo álbum também gostaria de ver um cantor de frente e mais músicas cantadas. Esse cara escreveu verdadeiros hinos do heavy metal como “You Don´t Remember, I´ll Never Forget”, “I´ll See The Light Tonight”, “Queen In Love”, “Rising Force”, “Heaven Tonight”, “Deja Vu”… A impressão que me dá é que ele está meio acomodado. Ainda estou esperando o próximo grande album do rapaz. Malmsteen, ainda acredito em você. 

Nota: 7,0 / 10,0
Status: Fiel

Faixas:
      01)   World On Fire
      02)   Sorcery (Instrumental)
      03)   Abandon (Instrumental)
      04)   Top Down, Foot Down (Instrumental)
      05)   Lost In The Machine
      06)   Largo (Instrumental)
      07)   No Rest For The Wicked (Instrumental)
      08)   Soldier
      09)   Duf 1220 (Instrumental)
      10)   Abandon (Slight Return) (Instrumental)
 11)   Nacht Musik (Instrumental)