quinta-feira, 21 de julho de 2016

Anthrax – Anthems (2013):



Por Davi Pascale

Em 2013, o grupo de thrash metal Anthrax soltou um EP de covers. Disco resgata canções dos anos 70 e são interpretadas de maneira bem fiel. Álbum bem bacana e empolgante.

Inicialmente, essas músicas seriam parte da edição deluxe de Worship Music, só que os músicos não terminaram as gravações à tempo. Para não perderem o que haviam gravado, resolveram compilar tudo em um disquinho e colocar o material nas lojas. O resultado é esse EP.

Bacana que os músicos foram nas suas origens. Ou seja, nos artistas que cresceram ouvindo. Não fizeram releituras de outras bandas de thrash metal. Sendo assim, não espere ouvir por sons de grupos como Metallica, Megadeth, Kreator, Exodus, Testament e afins. Mais honesto (afinal, se os citassem como influencias seriam meio incoerentes já que são artistas contemporâneos) e mais divertido. Afinal, pudemos conhecer outra face do Anthrax.

Nos anos 90, a banda já havia regravado algumas canções do Kiss.  Haviam feito um belo trabalho, recriando algumas partes e trazendo mais peso. Mas não espere isso de Anthems. Os músicos fizeram as versões bem fieis às originais. Sim, tem um pouco mais de peso, mas nada a ponto de dizer ‘caraaaaaaaaaca, olha os caraaaas’.

O mestre Charlie Benante se destaca na bateria trincada de “Anthem” do Rush, mas o grande destaque do disco é Joey Belladonna. O cantor levou à sério a ideia de mais fiel possível na hora de gravar os vocais para o disco. Fez o vocal gritado de Geddy Lee, a voz embriagada de Bon Scott, o grave de Phil Lynott. Se por um lado, não é algo extremamente criativo. De outro, mostra que tem um ótimo domínio de sua voz e que faz com ela aquilo que deseja.

As faixas que mais me chamaram a atenção foram “Keep On Runnin´” e “Smokin´”. Nunca na minha vida imaginei que iria ouvir Anthrax tocando Journey ou gravando faixas com um teclado com fraseados àla Jon Lord (o que ocorre na regravação do Boston). Gratas surpresas.

Como já era de se imaginar, o material é incrivelmente bem tocado e a produção do disco é de primeira. As musicas foram muito bem escolhidas. Não tem nenhuma releitura que você pense, ‘putz... pisaram no tomate’. E nenhum artista homenageado que pense ‘como assim? Enlouqueceram total!”. Agora… honestamente, teria terminado o CD em “Jailbreak”. Até entendo que foi lançado bem próximo à Worship Music e que se não fosse ele, esse projeto provavelmente não existira, mas “Crawl” é uma musica que não tem nada a ver com o restante do disco. Nem a versão original, nem o remix. De todo modo, Anthems é um trabalho cativante e divertido que merece ser conferido pelos fãs de rock n roll em geral. Vá sem medo!

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Empolgante

Faixas:
      01)   Anthem (Rush)
      02)   TNT (AC/DC)
      03)   Smokin´ (Boston)
      04)   Keep On Runnin´ (Journey)
      05)   Big Eyes (Cheap Trick)
      06)   Jailbreak (Thin Lizzy)
      07)   Crawl (Album Version)
      08)   Crawl (Remix)