domingo, 13 de novembro de 2016

Joan Jett & The Blackhearts – Unvarnished (2013):

ESTOU DE FÉRIAS. POR CONTA DISSO, ATÉ O DIA 15 DE NOVEMBRO, O BLOG RIFF VIRTUAL REPRISARÁ ALGUMAS MATÉRIAS. APÓS ESSA DATA, RETORNAREI COM TEXTO INÉDITO. LET´S ROCK!!!
 
Por Davi Pascale 
 
Em 2013 foi lançado o décimo álbum de Joan Jett. A cantora segue a risca sua sonoridade hard rock com pitadas de punk e rockabilly e deve agradar aos fãs de longa data. Os fãs brasileiros puderam conferir 3 músicas em primeira mão, durante sua passagem ao país para sua participação na primeira edição do festival Lollapalooza.
 
É como sempre dizem, em time que está ganhando não se mexe. Essa parece ser uma lógica que agrada Joan. Sete anos depois de Sinner, a cantora retorna com novo álbum sem nenhum tipo de inovação. Não apenas em Sinner, mas durante praticamente toda sua carreira. Foram poucas as vezes em que ela se arriscou em algo fora do universo que está acostumada. E seus fãs não se incomodam. Até porque foram poucos lançamentos desde que lançou seu debut, Bad Reputation, em 1980. Dez álbuns em uma carreira de 34 anos. Provavelmente existem mais coletâneas envolvendo seu nome no mercado do que discos autorais. O que é uma pena, já que possui uma carreira bem interessante. 
 
Unvarnished inicia-se com “Any Weather”, uma parceria com Dave Ghrol (Foo Fighters) que teve origem nos shows que realizou na America do Sul em 2012, conforme afirmou em entrevista à edição norte-americana da revista Rolling Stone. “Nós fizemos uma turnê com o Foo Fighters na América do Sul. Sempre quis compor com Dave. Acho ele um ótimo compositor e não acredito que ele faça muito isso (compor) fora do Foo Fighters”. Aqueles que, assim como eu, compareceram na primeira edição brasileira do festival Lollapalooza tiveram a chance de conferir não apenas uma jam de Joan Jett no show do Foo Fighters interpretando os clássicos “Bad Reputation e “I Love Rock n´ Roll” como também de ouvir 3 canções do novo trabalho em primeira mão: “Hard To Grow Up”, “Reality Mentality” e “T.M.I.”.
 
 
Joan Jett entrega álbum empolgante e sem inovações
 
“T.M.I” e “Reality Mentality” embora mantenham a sonoridade que a artista sempre explorou, retratam assuntos modernos nas letras. A primeira fala sobre como a mídia explora os artistas nos dias de hoje, querendo saber tudo o que envolve o seu nome. Idéia que Joan não gosta muito. Não por querer se esconder, mas por acreditar (com certa razão) de que esse tipo de atitude impeça que se crie uma áurea mística ao redor dos artistas, algo que considera importante no show business. A sigla T.M.I. significa Too Much Info, ou seja, Muita Informação. Direto na ferida. Já “Reality Mentality” critica a idéia de reality shows. Formato que está tão na moda atualmente.
 
Essas não são as únicas músicas a refletirem temas atuais. “Make It Back” fala sobre o furacão Sandy. “Eu moro em uma cidade chamada Long Beach. Nós estamos expostos à esse tipo de situação. Agora mesmo, estou olhando para o oceano. Florida tem esse problema todos os anos. Você não tem idéia do que se trata até que esteja envolvida em um. É devastador. Você vê as pessoas perderem tudo que conquistaram, ficam arrasadas”. 
 
Unvarnished traz um pouco de tudo que já fez em sua carreira. “Different” aposta em uma sonoridade bem para cima, mantendo a bateria como destaque da canção, seguindo a mesma idéia de “Do You Wanna Touch Me” ou “I Hate Myself for Lovin´ You”. “Soulmates to Strangers” traz ela apostando em melodias mais pops como já havia feito em “Fake Friends”, enquanto faixas como “Bad As We Can Be” e “Make It Back” deixam nítida a influencia de punk rock que sempre teve em seu trabalho, com levadas extremamente simples e guitarras com poucos acordes. “Any Weather” e “Reality Mentality” trazem a garota se destacando com ótimos riffs de guitarra, tendo seu instrumento falando mais alto do que tudo. A influência dos anos 50 e início dos 60 está misturado no meio de tudo isso com palmas, teclado imitando som de piano com marcação rápida, vocalizações harmoniosas. Em uma época de modernidade com misturas de gêneros, letras explicitas e sons eletrônicos, a moça consegue se destacar com um álbum de rock simples mantendo a estrutura básica do gênero. Tarefa para poucos.
 
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Honesto e cativante
 
Faixas:
      01)   Any Weather (606 Version)
      02)   TMI
      03)   Soulmates to Strangers
      04)   Make It Back
      05)   Hard to Grow Up
      06)   Fragile
      07)   Reality Mentality
      08)   Bad as We Can Be
      09)   Different
      10)   Everybody Needs a Hero