sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Testament – Brotherhood Of The Snake (2016):



Por Davi Pascale

Testament segue quebrando tudo. Sem amolecer, grupo entrega álbum pesado, agressivo e inspirado. Um dos melhores álbuns de 2016.

Sou um fã antigo do Testament. Comecei a acompanha-los, ainda nos anos 80, naquela fase em que eles seguiam os passos do Metallica. Álbuns como The New Order e Souls of Black rodaram em meus toca-discos infinitas vezes. Minha única decepção com esses caras foi com o lançamento do Demonic,  quando eles resolveram flertar com o death metal, vertente que não sou lá muito fã...

Desde que voltaram à ativa com The Formation of Damnation em 2008, após Chuck ter vencido uma batalha contra o câncer, os músicos vêm afastando um pouco mais os lançamentos. Se nos anos 80 e 90, lançavam um álbum entre 1 e 2 anos, agora lançam de 4 em 4. Contudo, eles têm mantido a qualidade dos trabalhos.

Brotherhood of the Snake traz os músicos apostando em um thrash metal visceral. O disco está com um puuuta peso, os arranjos estão bem agressivos. Gene Hoglan está quebrando tudo na bateria, Alex Skolnick continua o monstro de sempre. Chuck entregou um ótimo trabalho vocal misturando na dose certa momentos melódicos e agressivos.

Banda faz um dos melhores álbuns do ano

As linhas vocais e vários riffs de guitarra, em muitos momentos, remetem à fase clássica da banda. Algo facilmente notado em faixas como “The Pale King” e, principalmente, “Seven Seals”. Porém, atualmente o grupo está mais pesado. A principal diferença é no trabalho de bateria. Mais veloz, mais quebrada, apostando mais nos dois bumbos. Algo facilmente perceptível em números como “The Number Game” e até mesmo na faixa-título.

Muito artista quando retorna à ativa depois de um bom tempo sem lançar nada (quando lançaram o The Formation of Damnation já faziam 9 anos que não soltavam um disco de inéditas), resolve copiar na cara dura o que fizeram no passado. A galera do Testament soube se reinventar. Mantiveram suas origens ao mesmo tempo em que inseriram novos elementos. Brotherhood Of The Snake é exatamente isso. Você saca que se trata de um álbum do Testament logo nos primeiros segundas da primeira audição, mas não se trata de um trabalho nostálgico nem de longe.

O álbum é uma pedrada do inicio ao fim. Há momentos mais cadenciados, mas não há espaço para baladas. Sim, eles já fizeram baladas no passado. Uma delas, inclusive, acho brilhante: “The Legacy” (Souls of Black). O papo aqui é porradaria sem dó. Facilmente, um dos melhores álbuns desse ano. Álbum indispensável para quem curte música pesada.

Nota: 8,5 / 10,0
Status: Agressivo

Faixas:
      01)   Brotherhood Of The Snake
      02)   The Pale King
      03)   Black Jack
      04)   Born In a Rut
      05)   Centuries of Suffering
      06)   Seven Seals
      07)   Neptune´s Speak
      08)   Stronghold
      09)   The Number Game
      10)   Canna-Business