domingo, 4 de dezembro de 2016

Voodoo Hill – Waterfall (2016):



Por Davi Pascale

Dario Mollo e Glenn Hughes lançam álbum de inéditas depois de 11 anos sem lançarem um trabalho juntos. Disco é bom, mas deixa um gostinho de quero mais.

Glenn Hughes volta a atacar em dose dupla. Havia um tempo em que esse cara lançava álbum atrás de álbum, depois deu uma sossegada. Estaria ele voltando ao seu velho método de trabalho? Existem 2 álbuns novos nas lojas nesse exato momento. Um é seu novo trabalho solo – que comentarei em breve por aqui – o outro é esse disco do Voodoo Hill. De todo modo, é sempre um prazer ouvir um trabalho do eterno voice of rock.

Aliás, esse é um fato que precisa ser comentado. Mesmo estando com 64 anos de idade, Glenn continua com o gogó intacto. O que esse cara canta em faixas como “The Well” e “Rattle Shake Bone” não é brincadeira. Continua sendo uma das grandes vozes do rock n roll. Coloca qualquer moleque debaixo do chinelo.

Nos últimos tempos, Hughes vinha numas de querer resgatar o som dos anos 70. Fez essa “brincadeira” com o California Breed e também com o Black Country Communion. Aqui, contudo, a pegada é outra. Há alguns riffs, onde você vai pegar algo de 70´s, caso de “Underneath And Below” (Ritchie Blackmore total) ou de “Karmago” (Jimmy Page total), mas essa não é a tônica do disco. As músicas estão mais melódicas, tem uma cara mais anos 80 do que anos 70. Talvez isso se deva ao fato do guitarrista ser o cabeça desse projeto. Sim, há uma participação de Glenn na criação das músicas, mas mais nas letras do que nos arranjos.

Os destaques do álbum são mesmo o trabalho vocal de Hughes e o trabalho de guitarra de Dario Mollo. O trabalho de baixo/teclado de Dario Patti e a bateria de Ricardo Vrunna foi bem cumprido, mas é bem simples.



O grande problema que vejo aqui são as composições. Nenhuma que você fique torcendo para acabar, mas também não tem nenhuma com força para se tornar uma música de destaque na discografia dos músicos. E isso, para um grupo que tem dois músicos desse calibre, acho pouco.

Nas baladas “Waterfall” e “Last Door”, Glenn Hughes explora sua pegada mais soul, coloca literalmente sua alma nas interpretações. Entretanto, o ponto alto do disco, para mim, é a faixa “Eldorado”. Ótimo refrão, ótimo trabalho de guitarra e, como era de se esperar, um ótimo trabalho vocal do ex-baixista do Purple. "Sunflower" também é bem bacaninha...

Waterfall não frusta, não chega a ser uma decepção, mas também não é aquele disco que vai te fazer ficar pulando em cima da cama. Se você curte o trabalho do Glenn Hughes (em especial, sua carreira solo) ou o trabalho de Dario Mollo (seja no The Cage ou nos demais trabalhos do Voodoo Hill) vale adquirir o álbum. Caso contrário, há álbuns melhores para servirem de porta de entrada. Bom, mas não espetacular.

Nota: 7,5 / 10,0
Status: Bom

Faixas:
      01)   All That Remains
      02)   The Well
      03)   Rattle Shake Bone
      04)   Underneath and Down Below
      05)   Waterfall
      06)   Karma Go
      07)   Evil Thing
      08)   Eldorado
      09)   White Feather
      10)   Sunflower 
      11)   Last Door